Jovem descobre tumor após ser diagnosticada com ataque de pânico
Britânica de 27 anos foi diagnosticada com um tumor cerebral após esperar seis meses para realizar uma ressonância magnética
atualizado
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Tumores cerebrais podem ser confundidos com outros problemas de saúde, o que dificulta o diagnóstico e o início do tratamento adequado. Foi o que ocorreu com a britânica Jessie-Mae Lambert, de 27 anos, diagnosticada com um astrocitoma após meses lutando por explicações sobre os sintomas que vinha sentindo.
Em outubro do ano passado, Jessie procurou atendimento médico após apresentar distúrbios visuais e viver sensações que descreveu como “estranhas”. “Contei que estava me sentindo um pouco deslocada, mas o médico disse que eram ataques de pânico e receitou remédios para ansiedade”, disse ela, em entrevista ao The Sun.
Ao presenciar um dos “ataques de pânico” da filha, a mãe de Jessie percebeu que se tratavam, na verdade, de convulsões e insistiu para que ela marcasse uma nova consulta médica. “Inacreditavelmente, o médico disse que eu precisava decidir se eram ataques de pânico ou convulsões, embora só tivesse descrito os sintomas”, relembra.
Jessie foi incluída em uma lista de espera para realizar uma ressonância magnética e um eletroencefalograma. O exame reveleou um astrocitoma de grau 2.
“Meu oncologista me mostrou o resultado, e um pânico total tomou conta de mim. Foi horrível olhar para minha mãe e vê-la tão abalada. Mas precisei aceitar que nem todos têm a sorte de receber um diagnóstico cedo”, desabafou.
Tumor cerebral
Astrocitomas são tumores do sistema nervoso central que surgem nos astrócitos, células do cérebro. De acordo com o manual MSD, o diagnóstico é confirmado por ressonância magnética. O tratamento desse tipo de tumor combina cirurgia e quimioterapia. A radioterapia é indicada, principalmente, para os casos em que o câncer está mais avançado.
No caso de Jessie, o tumor cerebral apresentou um crescimento difuso, o que torna a remoção completa um desafio. Após a avaliação, os médicos decidiram remover parcialmente o tumor, mas alertaram que a cirurgia envolvia riscos. A jovem foi informada que poderia ter um derrame na mesa de operação e acordar incapaz de andar ou falar.
“Pouco antes da operação, não estava tão assustada, estava aliviada por finalmente poder fazer a cirurgia – foi uma luta muito grande conseguir o diagnóstico. Quando acordei, perguntei se ainda seria capaz de andar e fiquei muito aliviada ao mexer os dedos dos pés e falar”, relata.
Embora necessária para combater o câncer, a radioterapia trouxe efeitos colaterais. “Não foi uma experiência fácil e resultou no retorno da epilepsia, algo que já haviam me alertado que poderia acontecer”, conta Jessie.
Conscientização nas redes e volta ao trabalho
Jessie compartilhou cada etapa de seu tratamento no TikTok para conscientizar sobre os sintomas de tumores cerebrais e oferecer apoio a quem enfrenta situações semelhantes. “Recebo mensagens de muitas mulheres que não se sentem levadas a sério. Todas dizem que ninguém as ouve, e me senti da mesma forma. Por isso, decidi contar minha história publicamente. As pessoas precisam insistir, ligar para os médicos todos os dias, exigir consultas”, afirma.
Ela acredita ter tido “sorte” porque o tumor pressionava uma área que causou as convulsões, permitindo que seu diagnóstico ocorresse mais cedo. “Poderia ter sido muito pior nos próximos anos”, reflete.
Agora, com o tratamento de radioterapia concluído, Jessie planeja retomar o trabalho um dia por semana e está organizando uma viagem à Itália.
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