metropoles.com

Jejum intermitente: o que a ciência diz sobre método para emagrecer

O regime alimentar alterna períodos de jejum com janelas de alimentação irrestrita e tem o inegável apelo de concentrar o sacrifício

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Getty Images
Foto mostra prato com os talheres e comidas dispostos de forma que lembra um relógio de ponteiro, ilustrando o hábito de jejum intermitente
1 de 1 Foto mostra prato com os talheres e comidas dispostos de forma que lembra um relógio de ponteiro, ilustrando o hábito de jejum intermitente - Foto: Getty Images

O jejum intermitente virou a dieta da moda após estrelas como Deborah Secco, Juliana Paes, Jennifer Aniston, Gwyneth Paltrow, Salma Hayek e Dua Lipa se declararem adeptas ao método.

A estratégia de emagrecimento alterna períodos de jejum com janelas de alimentação irrestrita e tem o inegável apelo de concentrar o “sacrifício” em alguns dias ou horários.

Além de promover a redução do peso com foco na queima de gordura – estudos apontam que é possível perder entre 5% e 8% do peso em um período de 12 a 24 semanas –, a dieta se mostrou capaz de melhorar marcadores de saúde, como a pressão arterial e os níveis de colesterol.

Como fazer jejum intermitente

As três principais maneiras de fazer jejum intermitente são:

Jejum em dias alternados: alternar dias sem restrição alimentar com dias que consistem em refeição que atenda a cerca de 25% das necessidades calóricas diárias.

Jejum de dia inteiro: alternar um ou dois dias por semana de jejum completo ou até 25% das necessidades calóricas diárias, sem restrição alimentar nos demais dias. A abordagem mais famosa – a 5:2 – está nesse grupo e consiste em nenhuma restrição alimentar cinco dias da semana, com uma dieta de 400-500 calorias nos outros dois dias da semana.

Alimentação com restrição de tempo: seguir um plano alimentar todos os dias com um horário designado para o jejum. Como, por exemplo, refeições realizadas das 8h às 15h, com jejum nas demais horas do dia.

Jejum intermitente X restrição calórica

Uma das pesquisas mais importantes comparando o jejum intermitente com as dietas de restrição calórica foi publicada na revista Jama Internal Medicine em 2017. O estudo consistiu em um ensaio clínico randomizado que acompanhou 100 indivíduos obesos durante um ano: parte dos voluntários realizou o jejum intermitente, e a outra foi submetida a uma dieta tradicional de restrição calórica.

Os pesquisadores não encontraram diferenças significativas na perda de peso, na recuperação de peso após a dieta ou na composição corporal dos participantes. Também não houve diferenças significativas em outros indicadores de saúde, como pressão arterial, frequência cardíaca, glicemia de jejum e insulina em jejum.

Ou seja, o jejum intermitente não apresentou vantagens significativas em relação aos protocolos de restrição calórica.

“Numerosos estudos demonstraram que a redução de peso com dietas de jejum intermitente não é maior do que a perda de peso com uma dieta padrão com restrição calórica”, afirmou a pesquisadora McKale Montgomery, em texto publicado no site The Conversation.

De acordo com a especialista, a perda de peso gerada pelo jejum intermitente não ocorre por causa de uma “mágica metabólica”, mas devido à redução do consumo geral de calorias. É difícil que a ingestão de comida nos dias livres recupere a quantidade de calorias economizada nos períodos de jejum.

7 imagens
1 de 7

Cicero Lopes/Metrópoles
2 de 7

Cicero Lopes/Metrópoles
3 de 7

Cicero Lopes/Metrópoles
4 de 7

Cicero Lopes/Metrópoles
5 de 7

Cicero Lopes/Metrópoles
6 de 7

Cicero Lopes/Metrópoles
7 de 7

Cicero Lopes/Metrópoles

 

O médico nutrólogo Durval Ribas Filho, que preside a Associação Brasileira de Nutrologia, simplifica a questão. De acordo com ele, a melhor dieta é aquela que as pessoas estão dispostas a seguir. O profissional pontua ainda que seis meses de adesão já é um tempo grande quando se está seguindo uma estratégia de emagrecimento.

“O jejum intermitente está na moda e não é uma dieta ruim. Ao contrário, é uma dieta com resultados comprovados, que vão além da perda de peso. Mas decidir qual é a melhor dieta não é científico, é algo absolutamente pessoal, que depende da história, do objetivo e do estilo de vida do paciente”, aponta.

Riscos do jejum intermitente

O jejum intermitente não é indicado para pessoas que necessitam de alimentação em intervalos regulares devido a alterações metabólicas, como no caso do diabetes.

A privação pode colocar a pessoa em risco de comer em excesso quando os alimentos são reintroduzidos, além de causar comportamentos pouco saudáveis, como a compulsão alimentar.

Contraindicações

O presidente da Associação Brasileira de Nutrologia lembra que o jejum intermitente não deve ser seguido por indivíduos que tenham:

  • Diabetes;
  • Transtornos alimentares, como anorexia e bulimia nervosa;
  • Uso de medicamentos que requerem ingestão alimentar;
  • Estágio de crescimento ativo, como adolescentes;
  • Mulheres que estejam grávidas ou amamentando.

Siga a editoria de Saúde no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto!

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comSaúde

Você quer ficar por dentro das notícias de saúde mais importantes e receber notificações em tempo real?