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Jejum de dopamina: entenda o que é e saiba se vale a pena fazer

O jejum de dopamina é uma prática na qual as pessoas deixam de fazer coisas que lhes trazem prazer para garantir maior satisfação no futuro

atualizado

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Svisio, Istock
Ilustração mostra o cérebro humano em contraste de luzes brancas
1 de 1 Ilustração mostra o cérebro humano em contraste de luzes brancas - Foto: Svisio, Istock

Imagine abandonar voluntariamente as coisas que te trazem mais prazer e satisfação. Ou até mesmo ficar um dia inteiro sem nenhum estímulo externo. Isso é o que fazem os praticantes do jejum de dopamina.

A dopamina é um neurotransmissor que atua no sistema nervoso, modulando nossas emoções e provocando respostas de excitação entre os neurônios. “Muitas doenças neurológicas, como a depressão, o Parkinson e a epilepsia, estão associadas a problemas na síntese desses neurotransmissores”, explica o endocrinologista Yago Fernandes.

A ideia central do jejum de dopamina é se privar dessas descargas físico-químicas por um período determinado de tempo em prol da saúde. Isso inclui se afastar das redes sociais, de jogos, comidas, compras, música, sexo e até mesmo do contato visual.

Segundo Fernandes, os adeptos da prática acreditam que, na ausência dessas fontes de prazer, a necessidade de dopamina diminua. Dessa forma, interrompendo comportamentos relacionados ao neurotransmissor, eles teriam mais satisfação com coisas simples e se sentiriam mais alegres quando voltassem a praticar as atividades abandonadas.

“O jejum intermitente, por mais de 12 horas, faz com que o corpo mude sua fonte de energia, levando à cetose, um estado metabólico no qual podemos aproveitar melhor o desempenho físico. Acredita-se que a mesma coisa ocorre quando diminuímos a exposição de dopamina”, exemplifica o endocrinologista.

Funcionamento do jejum

A nutricionista e fisioterapeuta Monik Cabral explica que o jejum de dopamina é uma prática que prega a ausência total de estímulos prazerosos em prol de bem-estar, foco e produtividade.

“Vem ganhando muitos adeptos no Vale do Silício, nos Estados Unidos, região conhecida por disseminar diversos modismos para o mundo. As regras foram criadas pelo professor de psiquiatria da Universidade da Califórnia, em São Francisco, Cameron Sepah”, afirma.

Monik comenta que, segundo o criador da prática, suspender comportamentos que engatilham a liberação de grandes quantidades de dopamina permite que nosso cérebro se renove e trabalhe melhor. “O cérebro seria higienizado e, quando os estímulos fossem retomados, seriam mais intensos e surpreendentes”, detalha.⠀

Benefícios

Mas qual seria o benefício de abrir mão de hábitos prazerosos? A resposta é simples: o excesso de estímulos provoca tiros de dopamina no cérebro e leva ao vício. “A atividade deixa de proporcionar a sensação prazerosa de antes, dando lugar à ansiedade e, até mesmo ao cansaço físico”, aponta Monik.

Para Cabral, fazer o jejum de dopamina é útil para moderar ações nas quais você se considera viciado. A prática funcionaria como um sistema de recompensa, melhorando sua motivação para que outras tarefas também se tornem importantes.

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