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Jamais vu: cientistas descrevem sensação oposta ao déjà vu

Um grupo de cientistas descreveu mecanismo que provoca sensação contrária ao déjà vu. O jamais vu é a sensação de “nunca antes”

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Imagem colorida de uma mulher branca com as duas mãos segurando a cabeça
1 de 1 Imagem colorida de uma mulher branca com as duas mãos segurando a cabeça - Foto: Foto: Letizia Le Fur/Getty Images

Um grupo de cientistas ligados à Universidade de Grenoble, na França, e à Universidade de St. Andrews, na Escócia, descreveu mecanismos que provocam uma sensação contrária ao déjà vu – aquela estranha impressão de já ter experimentado a situação que está vivendo no exato momento. O jamais vu é a sensação de “nunca antes”.

Uma das explicações mais aceitas para o déjà vu é que ele é um acesso errado às memórias armazenadas do cérebro. Sempre que estamos diante de uma situação, revisamos as informações em busca de referências anteriores e, em casos de déjà vu, esse processamento se dá de maneira errada. O cérebro toma por base um fragmento de memória semelhante e se desconecta da realidade momentânea.

“O fenômeno surge quando a parte do cérebro que detecta a familiaridade se dessincroniza com a realidade. Déjà vu é o sinal que alerta para essa estranheza: é uma espécie de “verificação de fatos” do sistema de memória”, explica o pesquisador Akira O´Connor, da Universidade de St. Andrews, e Christopher Moulin, da Universidade de Grenoble, em artigo publicado no site The Conversation.

O que é o jamais vu

O´Connor e Moulin são os autores do estudo sobre o jamais vu, que vem a ser a sensação de esquecer como fazer algo com a qual você está extremamente habituado.

O jamais vu ocorre quando, ao ver um rosto familiar, você não o reconhece; ou quando esquece a grafia de uma palavra que escreve diariamente; ou quando fica perdido em um caminho que já está cansado de fazer.

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Por que isso acontece?

De acordo com os pesquisadores, o jamais vu ocorre por conta de uma espécie de cansaço do nosso sistema cognitivo. “O jamais vu é um sinal de que algo se tornou muito automático, muito fluente, muito repetitivo. Isso nos ajuda a “sair” do nosso processamento atual, e a sensação de irrealidade é, na verdade, uma verificação da realidade”, escrevem.

Um dos experimentos do grupo consistiu em pedir a voluntários que escrevessem repetidamente a palavra “the” até que decidissem parar por se sentirem estranhos, aborrecidos ou com dores nas mãos. Mais da metade dos voluntários parou por detectar algum estranhamento naquilo e, em seguida, descreveu impressões compatíveis ao jamais vu.

A experiência levou os cientistas a ganharem o prêmio IgNobel, conhecido por ser o contrário do Nobel. A premiação divulga trabalhos sem muita utilidade, mas capazes de provocar risadas. No artigo do The Conversation, os autores respondem ao grupo que promove o IgNobel, dizendo que o mecanismo pode estar envolvido em transtornos como, por exemplo, o obsessivo compulsivo (TOC)

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