Já ouviu falar em vegetarianismo flex? Regime melhora disposição
A dieta flexitariana não corta a carne do cardápio. Ela sugere uma redução de 70% compensada com o incremento de vegetais, frutas e cereais
atualizado
Compartilhar notícia
Se você é do time do churrasco, provavelmente acha que tirar a carne completamente do cardápio é algo impossível. Contudo, há formas menos radicais de aderir a uma vida com menos proteína animal. De acordo com a nutricionista Camila Pedrosa, na dieta flexitariana há uma redução do consumo de carne em torno de 65 a 70%, compensada pelo aumento de vegetais, frutas, sementes, castanhas e cereais.
A especialista explica que o termo “flexitarianismo” surgiu na década de 1990, nos Estados Unidos, quando alguns vegetarianos intitularam-se “vegetarianos flex”. “Isso significava que a base da alimentação dessas pessoas era a proteína de origem vegetal, mas, ocasionalmente, eles consumiam proteína animal.”
Os benefícios do flexitarianismo para a saúde, segundo Camila, são vários. Mais disposição, melhor funcionamento do organismo e maior variedade de nutrientes no prato são apenas alguns exemplos. “Com essa alimentação, o indivíduo aumenta o consumo de alimentos naturais como frutas, vegetais, castanhas, sementes, cereais. Esses alimentos fornecem inúmeros nutrientes e aumentam a disposição ao longo do dia”, reforça.
O primeiro passo para começar a tirar a carne da dieta, segundo a nutricionista, é reduzir a quantidade aos poucos. Trocar carne vermelha por carnes brancas, como carne de aves e peixes, é outro ótimo ponto de partida, assim como aderir ao movimento Segunda Sem Carne.
Ao retirar a carne da dieta, é preciso prestar atenção a algumas vitaminas, como a B12, que está presente apenas em alimentos de origem animal. “Considero prudente a suplementação profilática com vitamina B12 para vegetarianos que não têm exames avaliados”, avalia a nutricionista. “Ela é essencial para o desenvolvimento de glóbulos vermelhos e necessária para a manutenção das funções do sistema nervoso”, detalha Camila. Ferro, cálcio e ômega-3 também são nutrientes encontrados em grande quantidade em alimentos de origem animal e devem, também, estar presentes em uma dieta flexitariana.
Diminuir o consumo de carne pode impactar positivamente em fatores que prejudicam o meio ambiente, como o aquecimento global e a poluição. Uma pesquisa publicada na Nature em 2018 e feita pelas universidades Oxford, Harvard, Universidade de Minnesota e outras instituições de ensino internacionais mostrou que a redução de 73% no consumo de carne bovina e de 90% na carne de porco diminuiria pela metade as emissões de gases de efeito-estufa da pecuária. Uma melhor gestão das fezes dos animais permitiria ainda uma diminuição maior, segundo os autores.