Já ouviu falar em depressão perinatal? A condição afeta as grávidas
Antes se falava em depressão pós-parto, no entanto, o novo termo engloba da gestação até três meses depois do nascimento do bebê
atualizado
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Quando se fala em gravidez, uma das preocupações são as mudanças que vão acontecer depois que o bebê nascer. Em relação a saúde mental da mãe, fala-se em baby blues, tristeza transitória que ocorre devido à queda brusca de hormônios ou em depressão pós-parto. No entanto, mais recentemente, um novo termo tem ganhado espaço: é a depressão perinatal. Ela surge ainda durante a gestação, mais especificamente no último trimestre, e se estende até três meses após o nascimento do bebê.
Segundo a ginecologista e obstetra Raphaela Bueno, do Centro de Medicina Fetal (Cemefe), a depressão perinatal engloba o período gravídico e puerperal. Os sintomas incluem tristeza profunda, necessidade de isolamento, sensação de fracasso, fraqueza e indisposição, além de falta de vontade de cuidar do filho, alterações no apetite e sono. “Esses sintomas costumam perdurar por longos períodos, causam sofrimento significativo à mulher e podem ter implicação negativa no desempenho social e ocupacional dela e no próprio âmbito familiar”, alerta a médica.
Pacientes que já tiveram depressão antes da gravidez são mais propensas a desenvolver a depressão no período perinatal. O acompanhamento médico é essencial, pois existe a necessidade de combinar medicamentos com terapia. A médica explica que o tempo de melhora varia, mas, em casos mais graves, é necessário até internar a mãe. “O diagnóstico precoce minimiza os prejuízos, não só durante a gravidez como também no puerpério, e aumenta as chances de resposta ao tratamento”, explica.
A obstetra afirma que o apoio familiar é fundamental para o sucesso do tratamento. “Sabemos que, ao criar uma rede de apoio e suporte à mulher nesse período, ela se tranquiliza e tem mais espaço para expressar seus receios e emoções de forma livre”, finaliza Raphaela.