metropoles.com

Ivan Baron sobre paralisia cerebral: “Só o capacitismo me limita”

Influenciador digital ganhou notoriedade nas redes sociais ao falar sobre paralisia cerebral de forma descontraída

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Mattheus Hermínio/ Divulgação
Ivan Baron usando camisa verde sentado - Metrópoles
1 de 1 Ivan Baron usando camisa verde sentado - Metrópoles - Foto: Mattheus Hermínio/ Divulgação

Na quinta-feira (6/10), é comemorado o Dia Mundial da Paralisia Cerebral. O problema é causado por alterações neurológicas no paciente, que afetam o desenvolvimento motor e cognitivo, acarretando prejuízos no tônus muscular, na postura ou na fala. O pedagogo e produtor de conteúdo Ivan Baron, 24 anos, é um ativista do tema.

Ivan apresentou uma paralisia cerebral aos 3 anos de idade, após ser acometido por uma meningite. Desde 2018, ele usa as redes sociais para levar conhecimento a outros pacientes e seus familiares com informações simples e diretas, que ajudam a desconstruir a discriminação e o preconceito em relação às pessoas com deficiência. Atualmente, o potiguar conversa com cerca de 329 mil seguidores no Instagram e 434 mil no TikTok.

“Convivo bem com a minha deficiência e nada me limita, apenas o preconceito das pessoas. Ando com bengalas e consigo ir para qualquer lugar que eu queira. Para ser bem sincero, até esqueço que tenho deficiência. Ela é apenas um detalhe em mim, assim como meu cabelo descolorido ou os meus óculos”, afirma Baron.

@ivanvbaronTOP 5 de Perguntas Capacitistas♬ som original – Ivan Baron

Baron ganhou visibilidade em 2021, depois de fazer um post didático, esclarecendo uma fala capacitista da ex-BBB Juliette durante a participação dela no reality show. O capacitismo é qualquer tipo de atitude que discrimina ou denota preconceito contra pessoas com deficiência (PCDs), por meio de termos e expressões pejorativas que as classifiquem como inferiores.

“Sou fã da Juliette, mas não podia passar pano e também não podia crucificar. Gravei um vídeo educativo e o perfil dela compartilhou. Foi muito legal. Na mesma hora eu ganhei 40 mil seguidores e, a partir daí, consegui furar a bolha e chegar a mais pessoas”, relata Baron.

4 imagens
Pabllo Vittar e Ivan Baron
Ivan Baron e Gloria Groove
1 de 4

@ivanbaron/ Instagram
2 de 4

Pabllo Vittar e Ivan Baron

@ivanbaron/ Instagram
3 de 4

@ivanbaron/ Instagram
4 de 4

Ivan Baron e Gloria Groove

@ivanbaron/ Instagram

Paralisia cerebral

A paralisia cerebral é causada por lesões no cérebro do bebê durante a gestação ou no parto, que geram danos irreversíveis, ou durante a infância, resultado de doenças como meningite, rubéola, sífilis ou toxoplasmose. Um impacto forte na cabeça, como uma queda, pode causar paralisia cerebral.

O neurologista Thiago Taya, do Hospital Brasília, explica que em casos como o de Baron, provocados por meningite, a doença provoca uma inflamação no cérebro que pode levar a um dano estrutural.

Ele alerta que a paralisia cerebral é uma consequência. Quanto mais cedo a doença de base for tratada, menor será o grau de inflamação e de dano permanente para a vida. “A prevenção é de longe a coisa mais importante, desde um pré-natal bem feito, acompanhado por pediatra, até a aplicação das vacinas do calendário. A vacina, por exemplo, é a melhor ferramenta para combater a meningite”, afirma Taya.

O diagnóstico de Baron foi um choque para a família. “Foi um grande baque para os meus pais. Ninguém imaginou que me tornaria uma criança com deficiência. Há 20 anos não existia um manual de como criar uma”, conta o influenciador digital. O carinho da família e a disposição em buscar o melhor tratamento possível foram definidores no rumo que as coisas tomariam.

Tratamento em Brasília

A paralisia cerebral não tem cura, mas as terapias multidisciplinares de reabilitação, feitas logo após o diagnóstico, melhoram a qualidade de vida do paciente. A família de Baron recorreu aos cuidados da Rede SARAH de Hospitais de Reabilitação, em Brasília, onde ele recebeu atendimento dos 3 aos 6 anos de idade.

“Diferentemente das outras crianças, que brincavam, a minha diversão era na piscina da terapia, mas sou grato porque só tive essa oportunidade por conta do SUS (Sistema Único de Saúde), que custeava as nossas idas”, lembra. Hoje o rapaz leva uma vida autônoma.

Baron continuou o tratamento dos 6 anos aos 14 anos com fisioterapia e hidroginástica em Natal, e seguiu até recentemente com sessões de fonoaudiologia e acompanhamento com ortopedista. Ele diz que não pretende fazer cirurgias. “Não quero fazer cirurgia em busca de um padrão de perfeição”, afirma. Sua presença nas redes ajuda a combater estereótipos sobre a paralisia cerebral e dissemina informação sobre as muitas possibilidades de uma existência diversa, múltipla e feliz.

Receba notícias do Metrópoles no seu Telegram e fique por dentro de tudo! Basta acessar o canal: https://t.me/metropolesurgente.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comSaúde

Você quer ficar por dentro das notícias de saúde mais importantes e receber notificações em tempo real?