ISTs podem causar infertilidade? Especialista ensina como prevenir
Sem o diagnóstico precoce e tratamento adequado, infecções podem acarretar complicações que levam à infertilidade
atualizado
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As causas de infertilidade são extremamente variadas e algumas surgem de maneira silenciosa, sendo descobertas somente no momento em que o casal encontra dificuldades para engravidar. É o caso de certas infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), que possuem alta prevalência na população.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, mais de 1 milhão de ISTs curáveis são adquiridas diariamente no mundo por pessoas entre 15 e 49 anos, sendo que a maioria é assintomática. Doenças como clamídia e gonorreia são especialmente preocupantes quando o assunto é fertilidade.
“Apesar de terem tratamento, muitas vezes essas doenças são assintomáticas e exames de rastreio não fazem parte da rotina da maioria. O problema é que, em estágios mais avançados, podem causar complicações e danos aos órgãos reprodutivos, com impacto importante na fertilidade”, alerta Fernando Prado, especialista em Reprodução Humana, membro da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM) e diretor clínico da Neo Vita.
De acordo com o médico, “tanto a gonorreia, causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae, quanto a clamídia, causada pela bactéria Chlamydia trachomatis, são doenças infecciosas bacterianas transmitidas, principalmente, pelo contato sexual, além de também poderem passar da mãe para o bebê durante o parto. Afetam principalmente a uretra e órgãos reprodutivos masculinos e femininos, mas, em alguns casos, também podem atingir reto, garganta e até olhos.”
Riscos das ISTs para a fertilidade
Além disso, os danos à fertilidade causados por essas doenças são mais graves para as mulheres. Sem o diagnóstico precoce e tratamento adequado, as bactérias causadoras da clamídia e gonorreia, antes restritas ao canal vaginal, podem se espalhar por todo o sistema reprodutor feminino, afetando útero, trompas e ovários.
A consequência disso, segundo o especialista, é o desenvolvimento de um quadro de doença inflamatória pélvica, que gera uma obstrução das trompas uterinas, impedindo assim o encontro do óvulo com o espermatozoide e, consequentemente, a gravidez. Porém, mesmo quando ela ocorre, ainda existem riscos, pois essas ISTs também podem aumentar as chances de gravidez ectópica (quando ocorre fora do útero), aborto e parto prematuro. Além disso, há possibilidade de transmissão da infecção para o bebê, que pode nascer com problemas como conjuntivite.
Já no caso dos homens, o especialista explica que a infecção pode causar danos no epidídimo, onde os espermatozoides ficam armazenados. Como resultado, pode haver uma diminuição na contagem e motilidade dos espermatozoides, gerando assim um quadro de infertilidade. Por este motivo, as relações sexuais devem ser sempre protegidas, com uso de preservativo, o que evita o contágio e protege a longo prazo.
Leia a reportagem completa no Alto Astral, parceiro do Metrópoles.
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