Isolamento social salvou milhões de vidas da Covid-19, segundo estudos
Medidas de distanciamento social e fechamento do comércio foram fundamentais para diminuir taxa de transmissão do novo coronavírus no mundo
atualizado
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Dois estudos publicados nessa segunda-feira (08/06) na revista Nature mostraram como as medidas de isolamento social foram importantes para poupar milhões de vidas do novo coronavírus nos últimos meses.
O primeiro deles, desenvolvido por pesquisadores da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, afirma que ordens dos governos de seis países — entre eles, China, Estados Unidos, França, Itália, Irã e Coreia do Sul — para que a população permanecesse em casa, aliadas ao fechamento dos estabelecimentos e à restrição de viagens preveniram aproximadamente 62 milhões de infecções confirmadas por testes.
No entanto, os cientistas acreditam que esse número seja muito maior, chagando a cerca de 530 milhões, se for levado em consideração que muitas pessoas não são testadas para a Covid-19. Desses, 285 milhões estariam na China e 60 milhões nos Estados Unidos.
No segundo estudo, cientistas da Imperial College de Londres, na Inglaterra, estimam que as medidas evitaram 3 milhões de mortes pela Covid-19 em 11 países da Europa: Áustria, Bélgica, Reino Unido, Dinamarca, França, Alemanha, Itália, Noruega, Espanha, Suécia e Suíça.
Políticas públicas
As políticas públicas aplicadas em março foram fundamentais para reduzir a taxa de transmissão desses países para menos de 1, em maio. O coeficiente, que mede quantas pessoas um paciente contaminado infecta, é usado pelos governos para tomar decisões sobre a flexibilização da quarentena.
De acordo com Samir Bhatt, responsável pelo estudo inglês, apenas 3% a 4% da população dos países estudados foi infectada, o que preocupa o surgimento de novos casos em uma segunda onda de infecções até que se tenha vacina eficiente para combater o novo coronavírus.
Nesta terça-feira (09/06), os casos confirmados de Covid-19 ultrapassaram 7,1 milhões em todo o mundo. Já são 407.326 óbitos registrados, de acordo com o levantamento da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos.