metropoles.com

Injeção semestral poderá substituir remédios diários para pressão alta

Pesquisa mostrou que medicamento consegue manter os níveis de pressão controlados por 24 semanas e pode revolucionar vida de hipertensos

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Reprodução/The New England Journal of Medicine
Ilustração de artigo médico mostra, em um esquema, um pote do remédio e uma seringa apontando para um medidor de pressão - Metrópoles
1 de 1 Ilustração de artigo médico mostra, em um esquema, um pote do remédio e uma seringa apontando para um medidor de pressão - Metrópoles - Foto: Reprodução/The New England Journal of Medicine

Para facilitar o tratamento de pacientes com hipertensão, um novo medicamento que seria usado apenas uma vez por semestre está sendo testado. Cerca de 25% dos adultos brasileiros têm pressão alta, presente em 60% dos maiores de 65 anos. Todos eles devem tomar um remédio diariamente para manter a pressão controlada.

O Zilebesiran é um medicamento injetável experimental que pode manter, segundo os estudos iniciais, a pressão alta controlada por até 24 semanas. A pesquisa, porém, ainda está na primeira fase, ou seja, faltam outras duas para que os responsáveis possam pedir autorização de comercialização. Por isso, o remédio pode demorar a chegar às prateleiras.

A maior dose, porém, após seis meses da aplicação, conseguiu diminuir em cerca de 10 pontos a pressão sistólica e em 5 pontos a diastólica dos voluntários. Isso quer dizer que uma pessoa com pressão alta descontrolada de 22 por 14, por exemplo, chegaria a até 12 por 9 com o uso do medicamento.

A inovação criada por médicos de universidades do Reino Unido e dos Estados Unidos foi anunciada em um artigo publicado nessa quinta-feira (20/7) no The New England Journal of Medicine. A primeira fase do estudo foi dividida em três etapas.

  • Na primeira, adultos com menos de 65 anos e com pressão alta sem tratamento foram selecionados. Um terço dos voluntários recebeu placebo. Os outros dois terços foram divididos em sete grupos, e cada um recebeu uma quantidade de Zilebesiran: 10 mg, 25 mg, 50 mg, 100 mg, 200 mg, 400 mg e 800 mg.
  • Na parte 2, a divisão também seguiu o modelo um terço versus dois terços. Todos os participantes do grupo selecionado para receber o remédio receberam a dose mais alta e foram divididos em dois grupos: um consumindo uma dieta muito rica em sal e outros orientados a ingerir pouco sal.
  • Na última fase, o remédio Ibersartan, um tradicional controlador de pressão, foi combinado com a dose mais alta do Zilebesiran.

Somando todos os pacientes que completaram as três partes do estudo, foram analisados os resultados de 107 indivíduos. Entre eles, 72% dos usuários do Zilebesiran tiveram algum efeito adverso, enquanto 88% daqueles que tomaram placebo relataram ter tido algum problema. Cinco pacientes relataram dores leves e inflamação no local da injeção do remédio.

Na fase 1, se mostraram eficientes apenas as doses acima dos 200 mg. Na fase 2, os médicos descobriram que dietas com muito sal são capazes de atenuar ou até anular os efeitos do remédio. Por fim, ao ser combinado com outro remédio de controle de pressão alta, o Zilebesiran melhorou o desempenho do medicamento tradicional.

9 imagens
Fora a questão genética, fatores como consumo de álcool, cigarro, sal em grande quantidade, obesidade, colesterol alto, diabetes, idade avançada, estresse e sedentarismo também podem influenciar nos níveis de pressão arterial
Tontura, visão embaçada, dor de cabeça ou dor no pescoço são os principais sintomas relacionados à doença. Geralmente, esses incômodos aparecem quando a pressão aumenta rapidamente
Outros sintomas comuns em quem tem pressão alta são: zumbido no ouvido, visão dupla ou embaçada, dor na nuca e na cabeça, sonolência, palpitações, enjoo e pequenos pontos de sangue nos olhos
A pressão alta é responsável por problemas graves de saúde como AVC, insuficiência cardíaca e perda da visão. Ao desconfiar que se tem a doença, o indicado é aferir a pressão sanguínea com um aparelho próprio, em casa ou na farmácia
Apesar da gravidade, a pressão alta pode ser controlada. Hábitos saudáveis como a prática de exercícios físicos, alimentação saudável, evitar situações que possam causar estresse, diminuir o consumo de bebidas alcoólicas, manter o peso e o colesterol sob controle e evitar drogas que aumentem a pressão arterial (como cafeína, antidepressivos e corticoides) podem ajudar no controle da pressão
1 de 9

A pressão alta, também conhecida como hipertensão, é uma doença que ataca o coração, os vasos sanguíneos, os olhos, o cérebro e pode afetar drasticamente os rins. É causada quando a pressão fica frequentemente acima de 140 por 90 mmHg

Gizmo/ Getty Images
2 de 9

Fora a questão genética, fatores como consumo de álcool, cigarro, sal em grande quantidade, obesidade, colesterol alto, diabetes, idade avançada, estresse e sedentarismo também podem influenciar nos níveis de pressão arterial

Peter Dazeley/ Getty Images
3 de 9

Tontura, visão embaçada, dor de cabeça ou dor no pescoço são os principais sintomas relacionados à doença. Geralmente, esses incômodos aparecem quando a pressão aumenta rapidamente

Colin Hawkins/ Getty Images
4 de 9

Outros sintomas comuns em quem tem pressão alta são: zumbido no ouvido, visão dupla ou embaçada, dor na nuca e na cabeça, sonolência, palpitações, enjoo e pequenos pontos de sangue nos olhos

Grace Cary/ Getty Images
5 de 9

A pressão alta é responsável por problemas graves de saúde como AVC, insuficiência cardíaca e perda da visão. Ao desconfiar que se tem a doença, o indicado é aferir a pressão sanguínea com um aparelho próprio, em casa ou na farmácia

Peter M. Fisher/ Getty Images
6 de 9

Apesar da gravidade, a pressão alta pode ser controlada. Hábitos saudáveis como a prática de exercícios físicos, alimentação saudável, evitar situações que possam causar estresse, diminuir o consumo de bebidas alcoólicas, manter o peso e o colesterol sob controle e evitar drogas que aumentem a pressão arterial (como cafeína, antidepressivos e corticoides) podem ajudar no controle da pressão

Getty Images
7 de 9

Ao apresentar quaisquer sintomas, um cardiologista deve ser procurado. Por ser uma doença que não tem cura e que pode causar problemas cardiovasculares, o diagnóstico precoce diminui consideravelmente quadro mais graves e irreversíveis

bluecinema/ Getty Images
8 de 9

Somente um especialista é capaz de diagnosticar casos de hipertensão e indicar o tratamento necessário para diminuir sintomas e consequências da doença. Geralmente, a utilização de remédios e repouso são indicados

A. Martin UW Photography/ Getty Images
9 de 9

Contudo, caso a pressão se mantenha superior ao indicado, ou seja, 140/90 mmHg após uma hora, o paciente deve procurar imediatamente um hospital para tomar anti-hipertensivos intravenosos

Luis Alvarez/ Getty Images

O estudo ainda teve algumas fases descartadas: uma etapa que dava doses múltiplas do remédio, por exemplo, foi cancelada pelos efeitos adversos observados, que apareceram muito rapidamente. Já o uso do remédio em pacientes obesos seguia sendo realizado até a publicação preliminar do estudo.

Entre as limitações anunciadas pelos investigadores, está que a quantidade de pessoas pesquisadas é pequena. O número de participantes é condizente com a fase 1 de estudos, mas é incapaz de garantir a segurança do tratamento.

Receba notícias do Metrópoles no seu Telegram e fique por dentro de tudo! Basta acessar o canal: https://t.me/metropolesurgente.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comSaúde

Você quer ficar por dentro das notícias de saúde mais importantes e receber notificações em tempo real?