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Inglesa com 1% de chance de sobreviver é tratada com coquetel de vírus

A jovem, hoje com 17 anos, nasceu com fibrose cística e precisou tomar antibiótico a vida inteira. Atualmente, ela se trata com fagoterapia

atualizado

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1 de 1 isabelle - Foto: Reprodução Facebook

Infecções virais são muito ruins, mas em alguns casos elas podem salvar vidas. Foi o que aconteceu com a britânica Isabelle Carnell-Holdaway, de 17 anos, que foi submetida a fagoterapia, um tipo de tratamento secular que usa determinados vírus para infectar e matar bactérias. Eles pousam na superfície da bactéria e injetam seu próprio código genético, eliminando-a.

Diagnosticada desde o nascimento com fibrose cística, uma doença que causa o acúmulo de muco nos pulmões e em outras áreas do corpo, a menina lutou por 16 anos contra uma bactéria fortíssima parente da mesma que causa a tuberculose, a Mycobacterium abscessus.

Por conta do muco, o seu organismo ficava mais propenso à infecções. Por anos, Isabelle conseguiu contornar o invasor com um antibiótico potente mas, aos 16 anos, os médicos disseram que a única alternativa seria um transplante duplo de pulmão. Após o sucesso da cirurgia, as drogas imunossupressoras para evitar a rejeição do transplante contribuíram para a infecção bacteriana voltar.

A menina ficou com lesões graves na pele. Foi transferida para uma unidade de tratamento intensivo, onde o funcionamento do fígado começou a ficar comprometido com o aparecimento de uma grande colônia de bactérias. Os médicos diziam que Isabelle tinha menos de 1% de chances de sobreviver.

Depois de pesquisar tratamentos alternativos, a mãe de Isabelle, Jo, sugeriu a fagoterapia para os médicos. A equipe do hospital londrino Hospital Great Ormond Street procurou o professor Graham Hatfull, do Instituto Médico Howard Hughes, dos EUA, que mantém uma das maiores coleções de bacteriófagos. São mais de 15 mil frascos de fagos.

Em seguida, foram meses de testes para saber qual a combinação de fagos poderia ser usada no caso de Isabelle. Foram selecionados três, sendo dois deles geneticamente modificados na tentativa de fazê-los ser mais eficientes. O medicamento passou a ser injetado na corrente sanguínea da menina duas vezes ao dia e aplicado às lesões na pele de Isabelle.

Depois de algumas semanas, as feridas começaram a cicatrizar e Isabelle teve alta do hospital. Hoje a adolescente ainda está tomando duas infusões do coquetel viral todo dia. A família dela espera por um quarto fago, que vai ser incorporado à mistura numa tentativa de acabar com a infecção por completo. Apesar de bem sucedido, o caso de Isabelle ainda é isolado. A fagoterapia está sendo estudada para tratar outras infecções.

(Com informações da BBC)

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