Inglaterra confirma transmissão comunitária de varíola dos macacos
Agência de saúde britânica afirmou que o vírus já é transmitido de pessoa para pessoa localmente. País tem 190 casos confirmados
atualizado
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A Agência de Segurança da Saúde do Reino Unido (UKHSA, na sigla em inglês) informou, nesta quarta-feira (1º/6), que a varíola dos macacos está em circulação comunitária na Inglaterra.
Isso quer dizer que o vírus já circula entre a população, com casos confirmados mesmo entre pessoas que não viajaram para países da África Central, onde a doença é endêmica.
“No surto atual, é a primeira vez que o vírus é transmitido de pessoa para pessoa na Inglaterra, onde não foram identificadas ligações de viagem para um país endêmico”, disse a agência.
A maioria dos casos no Reino Unido está concentrado em Londres – 132 dos 190 confirmados – e entre homens que fazem sexo com homens (111 casos). Apenas duas mulheres foram diagnosticadas com a doença até o momento.
A UKHSA identificou casos entre pessoas que frequentaram bares gays, saunas e usaram aplicativos de namoro na Grã-Bretanha e no exterior. A agência está trabalhando em parceria com a Associação Britânica de Saúde Sexual e HIV e o aplicativo de namoro Grindr, para rastrear os casos e informar a população.
“As investigações continuam, mas atualmente nenhum fator único ou exposição que vincule os casos foi identificado”, declarou a agência.
“Como acontece com qualquer novo surto de doença, o risco de estigma e incerteza é grande”, disse o diretor regional de saúde pública de Londres, Kevin Fenton.
Mais cedo, durante coletiva de imprensa, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, pediu que essa população não seja estigmatizada, o que pode dificultar o diagnóstico e tratamento dos que precisam de ajuda.
“Até agora, a maioria dos casos foi relatada entre homens que fazem sexo com homens, apresentando sintomas em clínicas de saúde sexual. Essas comunidades estão trabalhando duro para informar seus membros sobre os riscos da varíola e prevenir a transmissão, mas todos nós devemos trabalhar para combater o estigma, que não é apenas errado, mas também pode impedir que indivíduos infectados procurem atendimento”, disse Ghebreyesus.
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