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Inglaterra alerta para casos de superbactéria transmitida durante sexo

Em 2022, foram documentados apenas quatro casos, mas número chegou a 97 em 2023. Principais pacientes são homens que fazem sexo com homens

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Ilustração de bactérias Enterobacteriaceae. Bactérias individuais são mostradas como bastonetes rosa com múltiplos flagelos semelhantes a cabelos usados ​​para motilidade. A família Enterobacteriaceae contém mais de cem espécies, incluindo Shigella, Klebsiella, Salmonella e Escherichia coli, e pode ser encontrada em intestinos, água e solo de animais. Alguns membros das Enterobacteriaceae são parasitas de animais e plantas.
1 de 1 Ilustração de bactérias Enterobacteriaceae. Bactérias individuais são mostradas como bastonetes rosa com múltiplos flagelos semelhantes a cabelos usados ​​para motilidade. A família Enterobacteriaceae contém mais de cem espécies, incluindo Shigella, Klebsiella, Salmonella e Escherichia coli, e pode ser encontrada em intestinos, água e solo de animais. Alguns membros das Enterobacteriaceae são parasitas de animais e plantas. - Foto: Getty Images

Os chefes da Agência de Segurança de Saúde do Reino Unido (UKHSA) emitiram um alerta na última semana sobre uma versão resistente a antibióticos da bactéria Shigella sonnei, que é responsável por uma alta nos casos de diarreia intensa (que pode apresentar sangue), dor na barriga e febre no país. Em 2022, quatro pacientes foram diagnosticados com o microrganismo, mas o número chegou a 97 no final de novembro deste ano.

O alerta foi feito especialmente para homens que fazem sexo com homens, pois o grupo corresponde a 90% dos episódios confirmados em 2023. Não houve nenhum caso fatal. A maioria das pessoas que se contaminou com a bactéria vive em Londres, capital do país.

Como se pega a bactéria?

A transmissão da Shigella sonnei por via sexual se dá lambendo a pele, preservativos ou brinquedos sexuais que contenham fezes, mesmo quando as partículas não são visíveis.

Nem todos os pacientes britânicos foram contaminados por contato sexual. Na realidade, é mais comum que a transmissão ocorra por más condições sanitárias e de conservação dos alimentos. No Brasil, por exemplo, cerca de 2% das infecções alimentares comuns são causadas por S. sonnei e S. dysenteriae.

Entretanto, a cepa encontrada na Inglaterra é resistente aos tratamentos com antibióticos comuns e está se espalhando por via sexual.

“A cepa é muito resistente a antibióticos, o que significa que o tratamento pode ser difícil e envolver internações hospitalares. Uma das melhores maneiras de proteger você e seus parceiros é praticar uma boa higiene após o sexo. Evite sexo oral imediatamente após o sexo anal, troque o preservativo entre as práticas e lave as mãos com sabão após o contato sexual”, orienta o microbiologista Gauri Godbole, da UKHSA.

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