Inédito: médicos fazem transplante de rim entre pacientes HIV positivo
Pela primeira vez, uma portadora do vírus que está viva doou um rim a outro paciente também HIV. Cirurgia foi nos Estados Unidos
atualizado
Compartilhar notícia
Nina Martinez, de 35 anos, tem o vírus HIV desde quando tinha seis semanas de vida e precisou receber uma transfusão de sangue. Naquela época não havia testes rigorosos para detectar doenças. Atualmente, sua carga viral é indetectável. As informações foram divulgados no jornal americano The Washington Post.
Após a cirurgia, realizada na ultima semana de março, a doadora e o receptor, que não quis ser identificado, permanecem em medicação anti-retroviral para controlar o HIV. A pessoa que recebeu o rim doado também tomará medicamentos para prevenir a rejeição do órgão, mas os médicos acreditam que estes remédios não vão interferir nos supressores do HIV.
Desde 2016, nos EUA, os cirurgiões já transplantaram 116 órgãos de doadores falecidos soropositivos para receptores com HIV. Há apenas três anos, este tipo de transplante é permitido no país.
Os médicos consideram o procedimento como um avanço para os portadores da doença. Antes do transplante inédito, com doadora viva, a medicina acreditava que deixar uma pessoa soropositiva com apenas um rim era muito arriscado pois o coquetel de remédios aumenta as chances de doenças renais. No entanto, em 2017, pesquisadores do centro de excelência norte-americano divulgaram que para doadores saudáveis, o risco de desenvolver doenças renais graves não é muito maior do que para pessoas HIV-negativas, como a doadora.