Inchaço cerebral faz garota perder a memória e entrar em coma
Diagnosticada com encefalite, Rafaela Domingos tinha acessos de sonambulismo e crises que a fizeram não reconhecer a si mesma ou os pais
atualizado
Compartilhar notícia
Um aparente caso de sonambulismo fez com que Rafaela Domingos, uma adolescente inglesa de 17 anos, perdesse a memória de uma hora para outra.
A garota sofria para ficar acordada e, quando pegava no sono, tinha acessos de sonambulismo. No auge da crise, a garota chegou a não reconhecer os próprios pais e teve uma forte convulsão na escola.
Segundo os médicos, ela sofria de crises convulsivas ausentes. De acordo com a Academia Brasileira de Neurologia, nesse tipo de crise o indivíduo fica estático e fora de si, retornando em seguida, de onde tinha parado. Devido à sua curta duração, dificilmente é percebida por familiares.
Antes da convulsão que a fez perder a memória, há três anos, Rafaela apresentava comportamentos estranhos. Em entrevistas, os pais, Jorge e Florbela Domingos, disseram que a filha suava constantemente, não comia e tinha muitos problemas para dormir, além do sonambulismo. “Muitas vezes a encontramos olhando para o espaço, quase sonhando acordada”, disseram.
Os pais atribuíram o comportamento da adolescente a estresse, porém, mais tarde, descobriram que se tratava de convulsões.
Após a convulsão na escola, Rafaela foi levada às pressas para um hospital, onde sua memória retornou após algumas horas. No entanto, enquanto ela dormia, suas recordações sumiram novamente, sem explicação. “Depois disso, ela perguntou quem eu era e meu coração parou. Como mãe, foi a coisa mais difícil que eu já vi”, disse Florbela Domingos.
Mesmo quando recuperou a consciência, Rafaela não conseguia se expressar e apresentava muita dificuldade para falar e escrever.
Uma bateria de exames revelou que a garota sofria de encefalite, uma inflamação do cérebro causada por uma infecção ou pelo próprio sistema imunológico. Para tentar salvar a vida de Rafaela, a equipe médica precisou colocá-la em coma.
Os sintomas da encefalite incluem convulsões e distúrbios do sono (como os que Rafaela estava enfrentando), além de confusão, incapacidade de falar, aumento da temperatura corporal e alucinação.
A condição pode ser mortal porque o cérebro inchado empurra o tronco cerebral para baixo e o impede de funcionar. O tronco cerebral é a parte do cérebro que controla as funções vitais da respiração e circulação.
Rafaela precisou passar por uma plasnaferese, procedimento que remove as substâncias do sangue que estão atacando o cérebro, além de radioterapia. Aos poucos, a garota recuperou os movimentos, mas ainda não conseguia se lembrar quem era ou dos pais.
Atualmente, apesar de ter recuperado a maior parte de suas memórias, Rafaela ainda não consegue se lembrar dos dois meses antes e depois da batalha contra a encefalite. “Minha primeira lembrança foi o retorno para minha casa. Mas percebo como tive sorte. Fui diagnosticada relativamente cedo, pois as pessoas podem sofrer danos cerebrais por toda a vida”, disse a adolescente ao Daily Mail. (Com informações do portal Daily Mail)