Inca publica nota técnica contra cigarros eletrônicos
Texto enumera riscos à saúde associados ao uso de vapers e apoia norma que proíbe a venda desses dispositivos no Brasil
atualizado
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O Inca (Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva) emitiu nota técnica alertando sobre os riscos à saúde relacionados ao uso de dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs), conhecidos como cigarros eletrônicos, e-cigarettes ou vapers.
O órgão também manifestou apoio à manutenção da Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 46 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), de 2009, que proíbe a comercialização, a importação e a propaganda de cigarros eletrônicos. Uma revisão da normativa estava programada para novembro deste ano, mas foi adiada para 2020.
“Os cigarros eletrônicos são aparelhos que funcionam com bateria e possuem diferentes formas e mecanismos, contêm inúmeras substâncias tóxicas e, em sua maioria, aditivos com sabores e nicotina, droga que causa dependência”, afirma o Inca.
De acordo com o Inca, entre os acidentes já relatados pelo uso de cigarros eletrônicos estão: explosão das baterias que causam queimaduras, perda de partes do corpo e até morte; ingestão acidental dos líquidos, especialmente por crianças – esses líquidos contêm nicotina e podem ser inalados ou entrar em contato com pele e olhos; princípios de incêndio em residências e outros locais.
Em relação aos riscos para a saúde, o órgão alerta para a doença pulmonar grave registrada nos Estados Unidos (EUA), que já causou 48 mortes e pelo menos 2.291 hospitalizações. Nos EUA, a doença vem sendo chamada pela sigla Evali, que pode ser traduzida como “lesão pulmonar associada ao uso de produto de cigarro eletrônico”.
As investigações do Centro de Controle de Doenças (CDC) dos EUA mostram que 77% dos casos da doença foram em pessoas com menos de 35 anos, sendo 15% menores de 18 anos.