Imunidade contra o coronavírus pode durar anos, sugerem pesquisadores
Estudo mostra que os níveis de defesa do corpo seguem robustos oito meses após o contágio e que casos de reinfecção são raros
atualizado
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Uma das muitas dúvidas que surgem quando um novo patógeno aparece é por quanto tempo o corpo é capaz de se lembrar de como se defender dele. O mesmo questionamento é feito com o coronavírus: pesquisas preliminares apontam uma imunidade de apenas alguns meses e casos de reinfecção estão sendo registrados. Por isso, a comunidade científica ainda tenta entender os mecanismos do corpo para lidar com o vírus causador da Covid-19.
Um novo estudo pode trazer esperança. De acordo com pesquisadores da La Jolla Institute of Immunology, nos Estados Unidos, a imunidade dura pelo menos oito meses e deve se manter por anos. A pesquisa foi publicada apenas em pré-print, ou seja, ainda não foi revisada pela comunidade científica.
Participaram do estudo 185 homens e mulheres, com idades entre 19 e 81 anos, que se recuperaram da Covid-19. A maioria deles teve sintomas leves e não precisou ser hospitalizados. Foram recolhidas amostras de sangue de todos os voluntários e 38 deles foram testados mensalmente para verificar a situação de vários tipos de anticorpos.
Os cientistas descobriram que as células de defesa são duráveis, com quedas modestas entre seis e oito meses após a infecção. “Essa memória pode prevenir que a maioria das pessoas seja hospitalizada com Covid-19 grave ou severa por muitos anos”, afirma Shane Crotty, um dos virologistas responsáveis pelo estudo, ao jornal The New York Times.
Poucos voluntários tiveram uma queda expressiva nos anticorpos, deixando de apresentar mais imunidade contra o coronavírus ao final da pesquisa – no entanto, os cientistas acreditam que a quantidade de vírus às quais eles foram expostos pode explicar a situação.