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Implante craniano transparente permite registro da atividade cerebral

Em feito inédito, implante permitiu o registro de imagens de ultrassom do cérebro de paciente vítima de traumatismo

atualizado

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Todd Patterson/ Keck School of Medicine – USC
Foto de implante de crânio transparente sobre pano azul - Metrópoles
1 de 1 Foto de implante de crânio transparente sobre pano azul - Metrópoles - Foto: Todd Patterson/ Keck School of Medicine – USC

Pesquisadores da Universidade do Sul da Califórnia (USC) e do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech), nos Estados Unidos, implantaram uma prótese de crânio transparente em um homem de 39 anos que permite a observação da atividade dos neurônios.

O implante funciona como uma janela transparente no crânio do paciente, possibilitando a coleta de imagens cerebrais de alta resolução por meio de um ultrassom funcional (fUSI).

O feito inédito foi publicado na revista Science Translational Medicine, em 29 de maio. As descobertas preliminares sugerem que a abordagem sensível e não invasiva pode abrir novos caminhos para o monitoramento de pacientes e investigação clínica, bem como estudos mais amplos sobre o funcionamento do cérebro.

“É a primeira vez que alguém aplica imagens de ultrassom funcional por meio de um substituto de crânio em um ser humano acordado, comportando-se e realizando uma tarefa”, afirmou o professor de Cirurgia Neurológica Clínica da USC, Charles Liu, em comunicado.

Acidente de skate

O paciente da pesquisa, Jared Hager, perdeu parte do crânio em 2019. O americano sofreu um traumatismo cranioencefálico em um grave acidente de skate. A metade do crânio de Hager precisou ser removida durante a cirurgia de emergência para aliviar a pressão em seu cérebro.

Com a pandemia da Covid-19, Jared ficou mais de dois anos com parte do cérebro coberta apenas com pele e tecido conjuntivo. Nesse período, o skatista se ofereceu para ser voluntário da pesquisa conduzida pelos cientistas da USC e Caltech.

Charles Liu e seus colegas projetaram um implante de crânio personalizado para estudar a utilidade do ultrassom funcional (fUSI) enquanto reparavam a lesão de Hager. O feito é inédito, pois as imagens do ultrassom não poderiam ser captadas através do crânio ou de um implante tradicional.

Os pesquisadores coletaram as imagens de ultrassom enquanto Hager realizava tarefas acordado, tanto antes da cirurgia quanto depois da instalação do implante transparente. Eles descobriram que a janela oferecia uma maneira eficaz de medir a atividade cerebral.

“Se pudermos extrair informações funcionais através do implante craniano de um paciente, isso poderá nos permitir fornecer tratamento de forma mais segura e proativa, inclusive para pacientes com traumatismo cranioencefálico que sofrem de epilepsia, demência ou problemas psiquiátricos”, apontou Liu.

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