Imagens de satélite “mostram” coronavírus na China em agosto, diz estudo
Pesquisas em site de buscas por sintomas da Covid-19 no mesmo período também serviram de base para a pesquisa da Escola Médica de Harvard
atualizado
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Um novo estudo da Escola Médica de Harvard sugere que a pandemia do novo coronavírus atingiu a China ainda durante o verão de 2019. A pesquisa liderada pelo Dr. John Brownstein analisou imagens de satélite e as buscas na Internet por sintomas de Covid-19.
De acordo com o estudo, houve um aumento drástico no número de carros nos estacionamentos dos cinco principais hospitais de Wuhan, começando no final do verão e no início do outono de 2019 — fim de agosto até o início de outubro.
Na ocasião, a China informou à Organização Mundial da Saúde (OMS) que se tratava de um aglomerado de casos de pneumonia. Os Estados Unidos, porém, defendem a tese de que o vírus circulava no país asiático desde novembro e que o país asiático escondeu as informações.
A fim de comprovar a versão norte-americana, Brownstein afirma que sua pesquisa contou carros em hospitais ao avaliar 108 imagens de satélite privadas. O líder do estudo afirma, em entrevista à ABC News, que o aumento do tráfego coincidiu com o aumento das pesquisas na Internet por sintomas “intimamente associados” ao coronavírus.
Para Brownstein, o aumento de carros nos hospitais indica que “algo está acontecendo na comunidade” e as pessoas passam a procurar mais um médico. A pesquisa mostra que em 10 de outubro de 2019 havia 285 carros estacionados no Hospital Tianyou de Wuhan — 67% a mais do que os 171 registrados no mesmo dia do ano anterior.
Pesquisas por sintomas na Internet
O tráfego hospitalar aumentado ocorreu ao mesmo tempo que a região de Wuhan viu picos de tráfego on-line entre os usuários que solicitavam ao mecanismo de busca chinês Baidu informações sobre “tosse” e “diarreia”, sintomas do novo coronavírus.
“Embora as consultas sobre o sintoma respiratório mostrem flutuações sazonais coincidentes com as estações anuais de influenza, diarreia é um sintoma mais específico de Covid-19 e mostra apenas uma associação com a epidemia atual. O aumento de ambos os sinais precede o início documentado da pandemia do Covid-19 em dezembro”, afirma o estudo. “Em agosto, identificamos um aumento único nas buscas por diarreia, que não foi visto nas temporadas anteriores da gripe ou espelhado nos dados de busca da tosse”, completa.