Idoso morre na Espanha por febre hemorrágica semelhante ao Ebola
Homem, que foi picado por carrapato, é a segunda pessoa a contrair febre hemorrágica da Crimeia-Congo na Espanha este ano
atualizado
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Um homem não identificado de 74 anos morreu na Espanha após ser picado por um carrapato e contrair a febre hemorrágica da Crimeia-Congo, semelhante ao Ebola. A informação é do jornal The Sun.
O idoso foi levado às pressas para o Hospital Universitário Rey Juan Carlos em 19 de julho, após ser picado perto de sua casa em Buenasbodas, em Toledo, a cerca de 160 quilômetros a sudoeste da capital espanhola.
A febre hemorrágica Crimean-Congo é uma zoonose provocada por um vírus do gênero Nairovirus, transmitido por carrapatos ixodídeos e argasídeos.
Após a confirmação da infecção, que tem uma taxa de mortalidade de 40%, o paciente foi transferido para uma unidade de isolamento no Hospital Universitário La Paz, em Madri, para evitar a contaminação de outras pessoas.
O quadro do homem foi inicialmente descrito como estável. No entanto, sua condição piorou depois que ele desenvolveu todos os sintomas da doença e faleceu no sábado.
Ele foi a segunda pessoa a contrair o vírus na Espanha este ano e a primeira a morrer da doença desde maio de 2020, quando um homem de 69 anos faleceu em decorrência da mesma enfermidade.
Febre hemorrágica da Crimeia-Congo
A febre hemorrágica da Crimeia-Congo (CCHF) é uma doença transmitida por carrapatos listada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um dos nove patógenos considerados mais propensos a desencadear uma pandemia.
Os sintomas incluem dor de cabeça, dor de garganta, febre, dor nas costas, dor nas articulações, dor abdominal e vômitos. Também podem ocorrer sangramentos, principalmente nos olhos e na pele.
A doença também pode causar alterações de humor e confusão, além de sonolência. Os grupos com maior risco de infecção incluem fazendeiros e trabalhadores de matadouros.
Embora seja transmitida pela picada de carrapatos, a doença também pode se espalhar entre humanos através de fluidos corporais, como sangue. Além disso, a transmissão pode ocorrer em ambientes hospitalares se o equipamento médico não for devidamente esterilizado.
O vírus é endêmico em regiões com climas mais quentes, como África, Bálcãs, Oriente Médio e Ásia. No entanto, os cientistas temem que a doença possa estar se espalhando para fora de seus territórios habituais e se movendo em direção à Grã-Bretanha e à França devido ao aquecimento global.
Cerca de 15 casos de infecção por febre hemorrágica da Crimeia-Congo foram identificados na Espanha desde que ela foi detectada pela primeira vez em 2016.
Especialistas alertaram durante uma reunião do Comitê de Ciência, Inovação e Tecnologia do Parlamento do Reino Unido que é “altamente provável” que a doença chegue em breve ao país.
“Sempre há a possibilidade de carrapatos infectados por vírus entrarem no país, seja por animais ou pessoas, permitindo que o CCHF entre no Reino Unido”, afirma Paul Wigley, professor de Infecção e Imunidade Aviária da Universidade de Liverpool, em entrevista ao The Sun.
“A dependência de carrapatos como vetores para transmissão reduz a probabilidade de infecção generalizada, mas essa é uma infecção extremamente séria se adquirida”, explica.
Um relatório publicado no ano passado revelou que mosquitos portadores de diversas doenças, incluindo a febre do Vale do Rift, foram encontrados em 26 países europeus. Outras doenças na lista de vigilância incluem dengue, chikungunya , doença do Nilo Ocidental, febre amarela e zika.
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