Idosa do DF ganha de presente cirurgia igual à de Mick Jagger
Grupo de médicos e empresas ofereceu procedimento para corrigir problema cardíaco grave à moradora da capital
atualizado
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A moradora do Distrito Federal, Josefa Formiga, de 79 anos, ganhou de um grupo de médicos da cidade um presente que lhe salvou a vida.
Diagnosticada com um problema cardíaco grave – a estenose aórtica, ela foi operada por uma técnica minimamente invasiva chamada Tavi. Esse tipo de procedimento ficou conhecido em 2019, após ter sido executado no ídolo do rock Mick Jagger, que tinha o mesmo problema de saúde de Josefa.
Técnica menos invasiva
Os pacientes diagnosticados com a estenose aórtica desenvolvem um problema na válvula aórtica do coração. A válvula vai ficando cada vez mais estreita, o que impede o fluxo sanguíneo normal. É uma doença silenciosa, sintomas como dor no peito, desmaios e cansaço acentuado costumam aparecer quando ela já está em um nível avançado.
A técnica Tavi para corrigir a estenose aórtica foi criada nos Estados Unidos há cerca de 20 anos, até então os pacientes eram submetidos a uma cirurgia cardíaca de peito aberto para resolver o problema de estreitamento da válvula. No Brasil, ela foi feita pela primeira vez em 2008.
Na Tavi, não há cortes, um cateter é inserido na altura da virilha do paciente e segue até o coração. Lá um dispositivo artificial esmaga a válvula defeituosa e ocupa o seu lugar. Além de mais seguro, o método permite uma rápida recuperação.
Pool de médicos
A cirurgia, entretanto, custa cerca de R$ 150 mil na rede privada e, apesar de já ter sido incorporada pelo SUS nunca foi feita em hospitais públicos do Distrito Federal. Ciente das dificuldades da aposentada, um grupo de médicos que trabalham na rede privada decidiu oferecer o procedimento de presente para a idosa.
“O doutor Gustavo, cardiologista do Home, ficou sabendo do caso da minha tia e nos contactou. Foi uma alegria imensa”, conta Rafaela Formiga, sobrinha de Josefa. A cirurgia foi realizada no início de outubro e a aposentada vem se recuperando bem.
Para Rafaela, o procedimento salvou a vida da sua tia e garantiu uma maior qualidade de vida para Josefa. “Vejo ela com mais ânimo e energia, Já foi possível reduzir da medicação”, comemora.
O cardiologista Gustavo Lycurgo, que participou do pool de médicos e empresas que doaram a cirurgia para Josefa, destaca que era um caso de vida ou morte. “No SUS, a paciente ficaria esperando a morte. O tempo médio de vida é de dois anos desde o início dos sintomas, ela já vinha sentindo cansaço há pelo menos 4 anos”, afirma.
Alegria imensa
Satisfeita com a recuperação, Josefa agradece aos médicos e a Deus: “Acabou tudo. Não estou sentindo quase mais nada. É uma alegria imensa”, afirma.
(*) Thalita Vasconcelos é estagiária do Programa Mentor e está sob supervisão da editora Maria Eugênia