Humanos estão perdendo capacidade de digerir fibras, afirma estudo
Pesquisa descobriu que bactérias especializadas em digerir fibras estão cada vez mais raras nos intestinos humanos
atualizado
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As fibras são parte essencial da alimentação humana. Elas permitem que o intestino trabalhe corretamente, mantendo o funcionamento do sistema imunológico e os níveis certos de colesterol e insulina. Porém, de acordo com pesquisadores israelenses, estamos perdendo a capacidade de digeri-las.
Publicado em 14 de março na revista Science, o estudo da Universidade Ben-Gurion mostra que, comparando a microbiota de humanos de diferentes épocas e regiões, atualmente temos uma quantidade muito menor do microrganismos que decompõe fibras.
Segundo os cientistas, em amostras de fezes de pessoas que viveram há dois mil anos, as bactérias Ruminococcus eram abundantes. Nas populações mais modernas e industrializadas, esses microrganismos estão se tornando cada vez mais raros.
Os pesquisadores acreditam que, com uma dieta pobre em fibras, o intestino vai se tornando um local menos agradável para as bactérias, que diminuem em número. “Esses achados sugerem um declínio dessas espécies no intestino humano, provavelmente influenciado pela mudança para estilos de vida ocidentalizados”, escrevem.
Os cientistas sugerem que mais pesquisas sejam feitas para entender se essa falta de fibras está relacionada com a saúde metabólica cada vez mais pobre da população mundial. Outro questionamento ainda sem resposta é se a suplementação ou reintrodução das fibras na dieta pode aumentar a quantidade de bactérias e, consequentemente, melhorar a saúde.
A digestão de fibras
Por muitos anos, a ciência acreditava que o corpo humano não era capaz de digerir celulose, uma substância que está presente na parede celular das plantas. Apenas em 2003 foram descobertas bactérias do intestino que podem destruir as fibras.
Os microrganismos do gênero Ruminococcus provavelmente foram absorvidos pelo nosso organismo pelo convívio com ruminantes durante a domesticação dos animais. Assim, o corpo se tornou capaz de digerir plantas.
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