HUB consegue feito inédito e realiza dois transplantes ao mesmo tempo
A equipe do Hospital Universitário de Brasília fez um esforço coletivo para garantir que os órgãos beneficiassem dois doentes crônicos
atualizado
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O Hospital Universitário de Brasília conseguiu ajudar dois doentes renais crônicos que estavam na fila por transplantes em uma única manhã. Desde que o centro de transplantes do hospital foi reinaugurado, em 2006, isso nunca tinha acontecido.
As cirurgias simultâneas foram realizadas na terça-feira (02/07/2019) e os receptores passam bem. Um deles é de Minas Gerais e o outro, da Bahia. Os rins foram doados pela família de um homem de 37 anos que faleceu de traumatismo cranioencefálico.
A equipe do hospital soube da captação dos órgãos ainda na segunda-feira (01/07/2019) e, imediatamente, acionou os receptores que aguardavam na fila.
Antes da realização das cirurgias, de acordo com o protocolo clínico, os beneficiados passaram por uma bateria de exames para confirmar se estavam em condições de se submeterem ao transplante. Isso, aliado ao fato de que os dois precisaram viajar até Brasília e que as cirurgias tinham que ser feitas o mais rápido possível para preservar a qualidade dos rins doados, obrigou o HUB a uma verdadeira corrida contra o tempo.
“Precisamos mobilizar várias equipes do hospital para a realização dos transplantes e, nesse esforço, acabamos chegando à outra inovação: um dos times na sala de operações acabou sendo composto apenas por mulheres”, comemora o chefe da unidade de transplantes do hospital, Rômulo Maroccolo.
A urologista Lívia Portela foi responsável por comandar a equipe que cuidou do paciente de Minas Gerais, que dependia de sessões de hemodiálise (procedimento que filtra as toxinas do sangue) três vezes por semana para sobreviver. “O transplante resgatará a qualidade de vida dele, que já estava muito prejudicada”, explica Lívia.
Para a médica, o fato de o hospital ter se organizado para a realização de dois transplantes ao mesmo tempo também é um fato a se comemorar. “Mostramos que temos recursos humanos para dobrar a capacidade de atendimento, o que pode servir de incentivo à doação de órgãos e de esperança para os doentes crônicos .” Atualmente, só entre os pacientes do HUB há cerca de 100 à espera de transplante de rins.
O chefe da unidade, Rômulo Maroccolo, considera a atuação das médicas outro ponto de destaque. “A urologia é encarada como uma especialidade masculina dentro da medicina, mas o exemplo da doutora Lívia e da doutora Rhaniellen Ferreira pode incentivar outras mulheres a procurarem a carreira”, afirma.