Vírus do HPV pode ser transmitido na academia? Conheça os riscos
HPV está associado ao desenvolvimento do câncer de colo de útero. Médicas esclarecem se ele pode ser transmitido na academia
atualizado
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Você higieniza os equipamentos da academia antes e depois de usá-los ou este hábito se perdeu depois da pandemia de Covid-19? Um vídeo que circula nas redes sociais tem chamado atenção dos usuários ao sugerir que o papilomavírus humano (HPV) pode ser transmitido entre os praticantes de spinning. Mas será que isso é verdade?
O HPV está associado ao desenvolvimento de quase todos os tipos de câncer de colo de útero e outros tumores em homens e mulheres. Embora o contato pele a pele seja a principal e mais importante forma de transmissão do vírus, médicas ouvidas pelo Metrópoles explicam que existe a possibilidade de transmissão de forma indireta, por meio de objetos.
“A forma mais frequente de transmissão do HPV é por meio da relação sexual, que é um momento de maior intimidade. Mas a transmissão de forma indireta também existe”, afirma a infectologista Joana D’Arc Gonçalves.
De acordo com a médica, o vírus do HPV é mais estável em ambiente úmido e em uma temperatura entre 4° C e 37° C. O tempo que ele permanece ativo em superfície ainda é controverso: alguns estudos falam de dias a meses, a depender das condições.
A infectologista Raquel Stucchi, consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), ressalta que sentar nos bancos das máquinas de musculação ou do spinning e compatilhar toalhas não é uma via tão importante de transmissão como o sexo com contato entre mucosas (vaginal, anal ou oral).
Segundo Raquel, a pele por si só não é um bom meio para o vírus se fixar. “Se é possível pegar HPV na academia? É bem infrequente, mas pode acontecer. A forma de transmissão normalmente é um contato mais próximo, a mucosa onde está a lesão com o HPV entrando em contato com uma outra mucosa”, detalha Raquel.
Como se proteger do HPV na academia
A limpeza dos equipamentos vai além de tirar o suor do último usuário, mas evita também a transmissão de vírus, bactérias e fungos.
De acordo com a infectologista, a higienização dos equipamentos da academia com álcool em gel não consegue eliminar alguns dos vírus, entre eles o HPV. Por isso, é importante apostar em mais barreiras para evitar a transmissão e infecção do vírus.
“Tanto a calcinha como os absorventes diários, mais fininhos, diminuem o risco de contato do vírus que pode estar no aparelho para a região genital”, aconselha.
Vacinar-se contra o HPV é a medida mais eficaz de se prevenir contra a infecção. Ela é distribuída de forma gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para meninas e meninos com idades de 9 a 14 anos, com esquema de dose única, e também pode ser obtida em laboratórios privados pelo público em geral.
“Quem paga a academia deve fazer o investimento também para se vacinar contra o HPV”, aconselha Raquel.
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