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HPV: o que é, quais os sintomas e riscos de não tratar o vírus

Existem mais de 50 variantes do HPV e, apesar de ser um dos vírus mais comuns na população mundial, algumas cepas podem causar câncer

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1 de 1 Imagem mostra pessoa de jaleco e luvas aplicando vacina em jovem de camisa xadrez sentada - Metrópoles - Foto: Gustavo Fring/Pexels

O papilomavírus humano (HPV) é um dos vírus mais comuns na população mundial. Uma pesquisa realizada por cientistas do Instituto Catalão de Oncologia, na Espanha, e publicada na edição de setembro da revista científica The Lancet, revelou que o HPV atinge ao menos um em cada três homens.

Apesar de muito frequente, ele também é conhecido por ser um dos vírus com maior potencial cancerígeno: cerca de 80% dos cânceres de colo de útero acontecem em decorrência da infecção e o HPV também está associado a casos de câncer de vagina, pênis, ânus e orofaringe.

O vírus é transmitido por contato direto com a pele ou mucosa infectada, e o contágio acontece principalmente pela via sexual. Porém, o HPV tem mais de 50 variantes e nem todas causam câncer.

“Os HPVs de tipos 6 e 11 são responsáveis por 90% dos casos de verrugas genitais, mas têm baixo risco de se transformarem em câncer. Os de alto risco, que provocam lesões com mais chances de evolução para tumores malignos, são os tipos 16, 18, 31, 33 e 35, detectados em aproximadamente 70% dos casos de câncer desenvolvidos por HPV”, aponta o infectologista Alberto Chebabo, presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e médico do laboratório Sérgio Franco.

Segundo o especialista, os principais sintomas em homens infectados são verrugas genitais. “Podem surgir caroços e feridas no pênis, na bolsa escrotal, no ânus, na boca ou na garganta. Todas devem ser investigadas”, alerta.

Nas mulheres, o HPV pode provocar verrugas na vulva, vagina, colo do útero e ânus, além de coceira, manchas nos genitais, ardências e verrugas na língua, garganta, céu da boca e nos lábios.

Chebabo lembra, porém, que nem todos os casos são sintomáticos. “Na maioria das vezes, a infecção é silenciosa. Por isso, é importante realizar check-ups periodicamente para combater o vírus”, indica o médico.

Depois de identificado, o vírus pode ser tratado com medicamentos antivirais que reduzem as inflamações causadas pela doença e diminuem o risco de desenvolvimento de câncer.

Prevenção do HPV

A melhor maneira de prevenir o HPV é por meio da vacinação antes do início da vida sexual. O imunizante pode proteger de quatro ou nove dos tipos mais perigosos do vírus, a depender da fórmula.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) calcula que se 90% das meninas com até 15 anos do mundo fossem vacinadas, seriam evitados 70 milhões de casos de câncer ao longo das próximas décadas.

No Brasil, a vacina quadrivalente é distribuída gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e é indicada para os seguintes públicos:

  • Pessoas de 9 a 14 anos de idade, meninos e meninas, em duas doses com intervalo de seis meses entre a primeira e a segunda dose;
  • Pessoas de 15 a 45 anos de idade, homens e mulheres, vítimas de violência sexual. São administradas três doses, as duas primeiras com intervalo de dois meses e terceira, seis meses depois;
  • Pessoas de 9 a 45 anos de idade, homens e mulheres, imunossuprimidos. Ou seja, vivendo com HIV, transplantados de órgãos sólidos ou medula óssea, pacientes oncológicos ou vítimas de doença imunógica. Também é seguido o esquema de três doses.

A versão nonavalente da vacina do HPV está disponível em instituições privadas.

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