metropoles.com

Hospitalização por Covid envelhece cérebro em até 20 anos, diz estudo

Os resultados da pesquisa foram publicados na edição deste mês da revista eClinicalMedicine

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
iSotck
Head x-ray, brain in MRI
1 de 1 Head x-ray, brain in MRI - Foto: iSotck

Um estudo feito por pesquisadores do Reino Unido descobriu que as pessoas que enfrentam a Covid-19 grave sofrem um declínio cognitivo importante nos primeiros seis meses após a alta hospitalar. As perdas são semelhantes às observadas durante o envelhecimento que ocorre com pessoas saudáveis dos 50 para os 70 anos de idade.

Pesquisadores da Universidade de Cambridge e do Imperial College London, ambos na Inglaterra, testaram as funções cognitivas de 46 pessoas com idade média de 51 anos. Todos haviam sido hospitalizados com Covid-19 em 2020. Um terço deles havia precisado do suporte de ventilação mecânica durante a internação.

Os participantes passaram por testes de memória, de atenção e de raciocínio seis meses após a alta hospitalar. Para conseguir realizar comparações, os pesquisadores usaram dados de 66 mil pessoas da população geral, disponíveis em um banco de dados.

13 imagens
Denominam-se Covid longa os casos em que os sintomas da infecção duram por mais de 4 semanas. Além disso, alguns outros pacientes até se recuperam rápido, mas apresentam problemas a longo prazo
Um dos artigos mais recentes e abrangentes sobre o tema é de um grupo de universidades dos Estados Unidos, do México e da Suécia. Os pesquisadores selecionaram as publicações mais relevantes sobre a Covid prolongada pelo mundo e identificaram 55 sintomas principais
Entre os 47.910 pacientes que integraram os estudos, os cinco principais sintomas detectados foram: fadiga, dor de cabeça, dificuldade de atenção, perda de cabelo e dificuldade para respirar
A Covid prolongada também é comum após as versões leve e moderada da infecção, sem que o paciente tenha precisado de hospitalização. Cerca de 80% das pessoas que pegaram a doença ainda tinham algum sintoma pelo menos duas semanas após a cura do vírus
Além disso, um dos estudos analisados aponta que a fadiga após o coronavírus é mais comum entre as mulheres, assim como a perda de cabelo
1 de 13

Sem ter um nome definitivo, o conjunto de sintomas que continua após a cura da infecção pelo coronavírus é chamado de Síndrome Pós-Covid, Covid longa, Covid persistente ou Covid prolongada

Freepik
2 de 13

Denominam-se Covid longa os casos em que os sintomas da infecção duram por mais de 4 semanas. Além disso, alguns outros pacientes até se recuperam rápido, mas apresentam problemas a longo prazo

Pixabay
3 de 13

Um dos artigos mais recentes e abrangentes sobre o tema é de um grupo de universidades dos Estados Unidos, do México e da Suécia. Os pesquisadores selecionaram as publicações mais relevantes sobre a Covid prolongada pelo mundo e identificaram 55 sintomas principais

iStock
4 de 13

Entre os 47.910 pacientes que integraram os estudos, os cinco principais sintomas detectados foram: fadiga, dor de cabeça, dificuldade de atenção, perda de cabelo e dificuldade para respirar

Getty Images
5 de 13

A Covid prolongada também é comum após as versões leve e moderada da infecção, sem que o paciente tenha precisado de hospitalização. Cerca de 80% das pessoas que pegaram a doença ainda tinham algum sintoma pelo menos duas semanas após a cura do vírus

Freepik
6 de 13

Além disso, um dos estudos analisados aponta que a fadiga após o coronavírus é mais comum entre as mulheres, assim como a perda de cabelo

Metrópoles
7 de 13

Especialistas acreditam que a Covid longa pode ser uma "segunda onda" dos danos causados pelo vírus no corpo. A infecção inicial faz com que o sistema imunológico de algumas pessoas fique sobrecarregado, atacando não apenas o vírus, mas os próprios tecidos do organismo

Getty Images
8 de 13

Por enquanto, ainda não há um tratamento adequado para esse quadro clínico que aparece após a recuperação da Covid-19. O foco principal está no controle dos sintomas e no aumento gradual das atividades do dia a dia

Getty Images
9 de 13

Apesar de uma total recuperação da doença, estudos recentes da Universidade de Washington em Saint Louis, nos Estados Unidos, alertam que qualquer pessoa recuperada da Covid-19 pode sofrer complicações no ano seguinte à infecção, uma covid longa

Getty Images
10 de 13

Foram analisados os dados de 150 mil pessoas que tiveram Covid-19 para chegar às complicações mais comuns

Getty Images
11 de 13

O risco de ter um ataque cardíaco, por exemplo, é 63% maior para quem já teve a infecção. A chance de doença arterial coronariana sobe para 72%, e para infarto, 52%

Getty Images
12 de 13

Também chama a atenção dos cientistas o aumento da quantidade de pacientes com depressão e ansiedade

Getty Images
13 de 13

O estudo também registrou casos de Doença Arterial Coroniana, falência cardíaca, coágulos sanguíneos, batimentos irregulares e embolia pulmonar

Getty Images

Os pacientes da Covid obtiveram resultados nos testes de raciocínio aplicados: eles foram mais lentos para responder às questões e menos precisos. Eles também apresentaram uma pontuação mais baixa nos testes de analogia verbal, onde precisavam encontrar palavras adequadas para formar frases.

O grupo de pacientes que precisou do suporte de ventilação mecânica durante a internação obteve as piores pontuações nos testes. Para os pesquisadores, os resultados mostram com mais clareza o declínio cognitivo dos pacientes que sofrem com a Covid longa.

“Déficits cognitivos após a Covid-19 grave se relacionam mais fortemente com a gravidade da doença aguda, persistem por muito tempo na fase crônica e se recuperam lentamente, com um perfil característico destacando funções cognitivas mais altas e velocidade de processamento”, escreveram os autores do estudo.

Embora tenham notado uma melhora lenta e gradual dos pacientes dez meses após a doença, os cientistas ainda não têm certeza se todos se recuperarão das perdas. “Embora isso não tenha sido estatisticamente significativo, pelo menos está indo na direção certa, mas é muito possível que alguns desses indivíduos nunca se recuperem totalmente.”

Os resultados da pesquisa foram publicados na edição deste mês da revista eClinicalMedicine.

Receba notícias do Metrópoles no seu Telegram e fique por dentro de tudo! Basta acessar o canal: https://t.me/metropolesurgente.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comSaúde

Você quer ficar por dentro das notícias de saúde mais importantes e receber notificações em tempo real?