Estudo mostra por que homens e mulheres fazem sons diferentes no sexo

Fazer sons na cama pode funcionar como uma ferramenta de comunicação entre o casal. Um estudo usou gravações vocais de pessoas reais envolvidas em atividades sexuais heterossexuais para explorar os diferentes tipos de sons sexuais entre homens e mulheres.

A pesquisa sueca, publicada no Science Direct em março, indicou que as mulheres são mais barulhentas que os homens, especialmente durante o momento do orgasmo. Já os homens são mais propensos a fazer sons não vocais, como respiração pesada.

Os cientistas acreditam que as mulheres podem se sentir pressionadas para vocalizar mais e também querem guiar as ações dele. Os homens, por sua vez, fazem barulhos, geralmente no pico do orgasmo, para expressar prazer, poder e esforço físico.

“As mulheres fazem barulhos para acariciar o ego de seus parceiros, aumentar o prazer deles e por conveniência, ou seja, para acabar logo com isso”, explica Jess O’Reilly, especialista em sexualidade humana e coach de relacionamentos, à revista americana Bustle.

Gravações em banco de dados voluntário

O especialista em comunicação humana não-verbal e professor de Ciência Cognitiva na Lund University, na Suécia, Andrey Anikin queria entender por que homens e mulheres fazem barulhos durante o ato sexual.

Anikin utilizou um banco de dados voluntário onde as pessoas podiam enviar seus ruídos sexuais. Ele recrutou mais de 100 indivíduos para analisar os sons recebidos no banco de dados e avaliar o quão verdadeiros eles pareciam e se o gemido vinha de um homem ou de uma mulher.

Dos 109 ouvintes, 43 eram mulheres e 65 homens. Os participantes ouviram algumas das 200 gravações, cada uma com duração entre 30 e 90 segundos. Eles foram questionados sobre o quão excitada a pessoa parecia, em níveis que variavam de “relaxado” a “orgasmo”.

Os participantes registraram continuamente em um programa de computador o que ouviam durante a gravação. Além disso, foram questionados se consideravam que o prazer era autêntico.

“Juntando todas essas observações, percebemos que existem comportamentos vocais distintos. Os homens geralmente suspiram e grunhem até que o nível de excitação se torne muito alto. As mulheres têm um limiar mais baixo para começar a gemer ou talvez estejam mais acostumadas a exagerar suas expressões”, explica Anikin.

Em média, as vozes femininas eram mais altas em tom do que as masculinas em cerca de 6,6 semitons, a diferença de tom entre duas teclas adjacentes em um piano. Essa diferença cresceu para cerca de 9,9 semitons no orgasmo.

Embora tanto homens quanto mulheres tenham uma proporção geral semelhante de sons e vocalizações, os homens tendem a fazer mais barulho antes e durante o orgasmo, enquanto as mulheres fazem sons consistentemente durante todo o ato.

“Vocalizações sexuais podem ser produzidas intencionalmente para agradar, guiar vocalmente ou acelerar o parceiro”, diz o especialista.

Sons durante o sexo

Fazer barulho durante o sexo também pode aumentar o prazer de algumas mulheres. “Acho que muitas mulheres precisam fazer sons para ajudar a atingir o orgasmo. Certamente, existem fases. Conforme a mulher se aproxima do orgasmo, ela pode se tornar extremamente vocal e, depois, passar por um momento de silêncio quando ‘está quase lá'”, explica a pesquisadora e educadora em saúde sexual Patty Brisben.

Embora fazer barulhos durante o sexo, seja falando ou soltando gemidos, represente uma ferramenta poderosa para a comunicação entre parceiros, especialistas em sexo afirmam que transmitir informações claras e precisas é crucial para o prazer mútuo.

Em uma pesquisa com mais de mil mulheres americanas, os pesquisadores descobriram que mais de 58% delas fingem orgasmos por vários motivos, incluindo:

• Querer que o parceiro se sinta “bem-sucedido”;
• Querer que o sexo acabe logo por estar cansada e;
• Por gostarem da pessoa e não quererem que ela se sinta mal.

“Se você está fingindo um orgasmo, está sinalizando ao seu parceiro que ele está fazendo tudo certo, quando na verdade não está. Use o gemido como uma forma de sinalizar que as coisas estão realmente boas, não como uma forma de esconder que não estão”, comenta Brisben.

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