Médico brasileiro faz transplante inédito de rim de porco para homem
Órgão do animal foi geneticamente modificado para ser recebido por um homem de 62 anos que corria risco de vida
atualizado
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O Hospital Geral de Massachusetts (MGH, em inglês) anunciou nesta quinta-feira (21/3) que realizou o primeiro transplante bem-sucedido do mundo de um rim de porco para um humano vivo. A cirurgia foi liderada por um médico brasileiro, o cirurgião Leonardo Riella.
“Este é um avanço monumental nos transplantes. Estou firmemente convencido de que o xenotransplante representa uma solução promissora para a escassez de órgãos no mundo”, disse Riella, de acordo com comunicado distribuído pelo hospital.
O órgão do porco foi modificado geneticamente para ser implantado em Rick Slayman, um americano de 62 anos com doença renal crônica. Slayman já havia passado por um transplante tradicional em 2018, após sete anos de diálises, mas o órgão começou a falhar em 2023.
“Estava confiante em receber o transplante de um porco já que os médicos me explicaram cuidadosamente os prós e contras. No final, vi isso não apenas como uma forma de me ajudar, mas também como uma forma de dar esperança às milhares de pessoas que precisam de um órgão para sobreviver”, disse Slayman.
O transplante de porco
A operação foi feita em uma cirurgia de quatro horas de duração no sábado (16/3). A técnica do transplante de órgãos de animais para humanos (xenotransplante) ainda é experimental, mas é encarada com grande esperança pois pode aumentar a oferta de órgãos.
No caso de Slayman, os médicos editaram o rim do porco em 69 informações genéticas para diminuir o risco de rejeição. O paciente se recupera bem, mas terá de usar imunossupressores para evitar rejeição como também o fazem transplantados humanos.
Transplantes de rim
O rim é um dos órgãos com maior fila de espera para doação no mundo. No Brasil, cerca de 39 mil pessoas estão à espera do órgão responsável pela filtragem do sangue.
O MGH foi o primeiro hospital do mundo que realizou um transplante de rim, em 1954. “Quase sete décadas depois, os nossos médicos demonstraram mais uma vez o compromisso em fornecer tratamentos inovadores e ajudar a pessoas em todo o mundo”, comemorou a CEO do centro de saúde, Anne Klibanski.
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