Homem trans relata alegria dar à luz o 1º filho: “Eu podia e o fiz”
Baiano conta como ele e a mulher, que também é trans, conseguiram realizar o sonho de formar uma família
atualizado
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O baiano Theo Brandon, 24 anos, falou sobre a alegria de ter gestado o primeiro filho. “A minha gestação foi pedagógica. Não apenas pedagógica para nós e nossos amigos, mas também para os profissionais de saúde e toda a sociedade”, declarou em entrevista à revista Crescer, publicada nesta sexta-feira (4/9).
Ele e a companheira, Yuna Vitória, de 26 anos, são pais de Dionísio, que tem 11 meses. Theo é técnico em informática e estuda Medicina. Yuna, que é uma mulher trans, estuda direito e os dois vivem na Bahia.
Para levar a gravidez adiante, Theo interrompeu o tratamento com hormônios masculinos que fazia. Ele considera a história de sua família rompe vários limites, mas que os profissionais de saúde que o atenderam durante o parto estavam bem preparados para respeitar as identidades de gênero tanto dele quanto da esposa.
“Eu sempre quis ser pai. No começo, pensei em adoção, não porque não queria gestar, mas devido ao estigma da gestação, enquanto algo estritamente das mulheres cis, o que me incomodava. No entanto, conheci outros homens trans que gestaram, outras narrativas que tornavam tangíveis as gestações paternas e aquilo me aproximou desse desejo de, não somente ser pai, mas gerar uma vida em mim, entendendo que se os homens cisgêneros não são capazes de fazer isso, infelizmente aquilo trata-se de uma limitação deles, que eles precisam aprender a lidar em vez de, como resposta, limitar o nosso corpo. Enquanto um homem trans, eu podia e o fiz”, afirmou.
Dionísio completa um ano no próximo dia 7 de setembro.