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HIV: cientistas anunciam novo caso de remissão com método promissor

Paciente mostra sinais de remissão do HIV a longo prazo após passar por transplante de medula óssea de um doador sem mutação no gene CCR5

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1 de 1 Imagem mostra fita laranja, símbolo da aids e hiv, na mão de uma pessoa - Metrópoles - Foto: Burak Karademir/Getty Images

Cientistas anunciaram, nesta quinta-feira (20/7), um novo caso de possível remissão do HIV. Um homem, conhecido como “o paciente de Genebra”, apresenta sinais de mitigação do vírus causador da aids a longo prazo após passar por um transplante de medula óssea diferente do padrão utilizado em casos anteriores. A novidade é vista com esperança para futuros pacientes.

O caso foi apresentado em Brisbane, na Austrália, três dias antes do início da Conferência da Sociedade Internacional de AIDS. Os pesquisadores não informaram o perfil do paciente, como o nome, idade ou há quanto tempo convivia com o HIV.

Ele chama atenção por ser o único a ter recebido um transplante de medula óssea de um doador sem mutação específica no gene CCR5, responsável por bloquear o HIV e impedir que o vírus ataque as células, e continuar a apresentar a remissão a longo prazo.

Outras cinco pessoas já foram consideradas curadas da doença. Elas sofriam de câncer no sangue e receberam transplante de medula óssea como uma estratégia de tratamento da doença. Mas nesses casos, todas receberam transplante de células-tronco com a mutação específica.

Outras duas pessoas, conhecidas como “pacientes de Boston”, receberam células-tronco normais durante seus transplantes, mas o vírus voltou a ser ativado alguns meses após a interrupção dos medicamentos antirretrovirais.

Paciente de Genebra

O paciente, tratado pelos Hospitais Universitários de Genebra, na Suíça, passou por um transplante de células-tronco em 2018 para tratar uma forma agressiva de leucemia.

De acordo com os pesquisadores, o tratamento antirretroviral tradicional contra o HIV foi suspenso e descontinuado permanentemente em novembro de 2021; 20 meses depois, o vírus permanece indetectável no corpo dele.

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A baixa imunidade permite o aparecimento de doenças oportunistas, que recebem esse nome por se aproveitarem da fraqueza do organismo. Com isso, atinge-se o estágio mais avançado da doença, a aids
Os medicamentos antirretrovirais (ARV) surgiram na década de 1980 para impedir a multiplicação do HIV no organismo. Esses medicamentos ajudam a evitar o enfraquecimento do sistema imunológico
O uso regular dos ARV é fundamental para aumentar o tempo e a qualidade de vida das pessoas que vivem com HIV e reduzir o número de internações e infecções por doenças oportunistas
O tratamento é uma combinação de medicamentos que podem variar de acordo com a carga viral, estado geral de saúde da pessoa e atividade profissional, devido aos efeitos colaterais
Em 2021, um novo medicamento para o tratamento de HIV, que combina duas diferentes substâncias em um único comprimido, foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)
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HIV é a sigla em inglês do vírus da imunodeficiência humana. Causador da aids, ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. Os primeiros sintomas são muito parecidos com os de uma gripe, como febre e mal-estar. Por isso, a maioria dos casos passa despercebida

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A baixa imunidade permite o aparecimento de doenças oportunistas, que recebem esse nome por se aproveitarem da fraqueza do organismo. Com isso, atinge-se o estágio mais avançado da doença, a aids

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Os medicamentos antirretrovirais (ARV) surgiram na década de 1980 para impedir a multiplicação do HIV no organismo. Esses medicamentos ajudam a evitar o enfraquecimento do sistema imunológico

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O uso regular dos ARV é fundamental para aumentar o tempo e a qualidade de vida das pessoas que vivem com HIV e reduzir o número de internações e infecções por doenças oportunistas

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O tratamento é uma combinação de medicamentos que podem variar de acordo com a carga viral, estado geral de saúde da pessoa e atividade profissional, devido aos efeitos colaterais

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Em 2021, um novo medicamento para o tratamento de HIV, que combina duas diferentes substâncias em um único comprimido, foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)

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A empresa de biotecnologia Moderna, junto com a organização de investigação científica Iavi, anunciou no início de 2022 a aplicação das primeiras doses de uma vacina experimental contra o HIV em humanos

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O ensaio de fase 1 busca analisar se as doses do imunizante, que utilizam RNA mensageiro, podem induzir resposta imunológica das células e orientar o desenvolvimento rápido de anticorpos amplamente neutralizantes (bnAb) contra o vírus

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Nos Estados Unidos, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças aprovou o primeiro medicamento injetável para prevenir o HIV em grupos de risco, inclusive para pessoas que mantém relações sexuais com indivíduos com o vírus

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O Apretude funciona com duas injeções iniciais, administradas com um mês de intervalo. Depois, o tratamento continua com aplicações a cada dois meses

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O PrEP HIV é um tratamento disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) feito especificamente para prevenir a infecção pelo vírus da Aids com o uso de medicamentos antirretrovirais

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Esses medicamentos atuam diretamente no vírus, impedindo a sua replicação e entrada nas células, por isso é um método eficaz para a prevenção da infecção pelo HIV

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É importante que, mesmo com a PrEP, a camisinha continue a ser usada nas relações sexuais: o medicamento não previne a gravidez e nem a transmissão de outras doenças sexualmente transmissíveis, como clamídia, gonorreia e sífilis, por exemplo

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O caso é acompanhado também por pesquisadores do Instituto Pasteur, Instituto Cochin e do consórcio internacional IciStem. Eles não descartam a possibilidade de o vírus ainda persistir no organismo do homem, mas têm esperança que o caso abra portas para mais pesquisas.

“Nesse caso específico, talvez o transplante tenha eliminado todas as células infectadas sem a necessidade da famosa mutação. Ou talvez seu tratamento imunossupressor, necessário após o transplante, tenha desempenhado um papel importante”, informou o cientista Asier Saez-Cirion, do Instituto Pasteur, à agência de notícias AFP.

Segundo Saez-Cirion, caso não haja sinais do vírus após 12 meses, a probabilidade de que ele seja indetectável no futuro “aumenta significativamente”.

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