1 de 1 Foto mostra homem colocando um botom com o símbolo do combate À aids e ao HIV
- Foto: China Photos/Getty Images
O Ministério da Saúde divulgou nessa quinta-feira (30/11) um boletim epidemiológico sobre HIV no Brasil. Um dos dados que mais chamou a atenção é a proporção de pessoas que foram diagnosticadas com o vírus, mas ainda não estão fazendo o tratamento.
O governo estima que 1 milhão de brasileiros vivem com o HIV e 90% deles estão diagnosticados. Desse total, 650 mil são do sexo masculino e 350 mil do sexo feminino. Apenas 81% das pessoas diagnosticadas, porém, estão fazendo o tratamento que impede a transmissão do vírus e também o desenvolvimento da aids.
Ou seja, cerca de 169 mil pessoas no país não estão realizando o tratamento mesmo sabendo que têm o vírus. O tratamento antirretroviral é integralmente distribuído pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
O boletim mostra que a mortalidade por aids, a imunodeficiência causada pelo vírus não tratado, caiu 8,5% nos últimos 10 anos. Ainda assim, em 2022, 10,9 mil pessoas morreram em decorrência da doença no Brasil e 61,7% dos óbitos foram entre pessoas pardas (47%) e pretas (14,7%) somadas.
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HIV é a sigla em inglês do vírus da imunodeficiência humana. Causador da aids, ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. Os primeiros sintomas são muito parecidos com os de uma gripe, como febre e mal-estar. Por isso, a maioria dos casos passa despercebida
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A baixa imunidade permite o aparecimento de doenças oportunistas, que recebem esse nome por se aproveitarem da fraqueza do organismo. Com isso, atinge-se o estágio mais avançado da doença, a aids
Anna Shvets/Pexels
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Os medicamentos antirretrovirais (ARV) surgiram na década de 1980 para impedir a multiplicação do HIV no organismo. Esses medicamentos ajudam a evitar o enfraquecimento do sistema imunológico
Hugo Barreto/Metrópoles
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O uso regular dos ARV é fundamental para aumentar o tempo e a qualidade de vida das pessoas que vivem com HIV e reduzir o número de internações e infecções por doenças oportunistas
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O tratamento é uma combinação de medicamentos que podem variar de acordo com a carga viral, estado geral de saúde da pessoa e atividade profissional, devido aos efeitos colaterais
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Em 2021, um novo medicamento para o tratamento de HIV, que combina duas diferentes substâncias em um único comprimido, foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)
Hugo Barreto/Metrópoles
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A empresa de biotecnologia Moderna, junto com a organização de investigação científica Iavi, anunciou no início de 2022 a aplicação das primeiras doses de uma vacina experimental contra o HIV em humanos
Arthur Menescal/Especial Metrópoles
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O ensaio de fase 1 busca analisar se as doses do imunizante, que utilizam RNA mensageiro, podem induzir resposta imunológica das células e orientar o desenvolvimento rápido de anticorpos amplamente neutralizantes (bnAb) contra o vírus
Arthur Menescal/Especial Metrópoles
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Nos Estados Unidos, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças aprovou o primeiro medicamento injetável para prevenir o HIV em grupos de risco, inclusive para pessoas que mantém relações sexuais com indivíduos com o vírus
spukkato/iStock
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O Apretude funciona com duas injeções iniciais, administradas com um mês de intervalo. Depois, o tratamento continua com aplicações a cada dois meses
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O PrEP HIV é um tratamento disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) feito especificamente para prevenir a infecção pelo vírus da Aids com o uso de medicamentos antirretrovirais
Joshua Coleman/Unsplash
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Esses medicamentos atuam diretamente no vírus, impedindo a sua replicação e entrada nas células, por isso é um método eficaz para a prevenção da infecção pelo HIV
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É importante que, mesmo com a PrEP, a camisinha continue a ser usada nas relações sexuais: o medicamento não previne a gravidez e nem a transmissão de outras doenças sexualmente transmissíveis, como clamídia, gonorreia e sífilis, por exemplo
Keith Brofsky/Getty Images
A maioria das pessoas diagnosticadas é composta por homens gays (cerca de 18% do total de homens que fazem sexo com homens convive com o vírus), mas, proporcionalmente, é entre as mulheres trans que a doença é mais prevalente: estima-se que até 36% delas tenham o HIV.
O futuro do combate ao HIV
A meta anunciada pelo Ministério da Saúde é ter nos próximos anos no mínimo 95% em todos os três principais indicadores: diagnósticos, tratamento de diagnosticados, e pessoas em supressão viral entre as tratadas.
A supressão viral é alcançada cerca de três meses depois do início de tratamento medicamentoso, quando o vírus passa a ser indetectável nos exames e não pode mais ser transmitido. Esse é o único índice em que o Brasil alcançou a meta até o momento.
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