Histerectomia: entenda por que Preta Gil precisou retirar o útero
A cantora disse, por meio de redes sociais, que passou por histerectomia total abdominal, cirurgia para retirada completa do útero
atualizado
Compartilhar notícia
A cantora Preta Gil, diagnosticada em janeiro deste ano com câncer colorretal, contou, em post nas redes sociais, que durante a cirurgia para retirar o tumor do reto, também foi necessário realizar uma histerectomia total abdominal. O procedimento foi realizado na última quarta-feira (16/8).
Na publicação, a cantora afirma que o procedimento foi extenso, complexo e com duração de 14h. “Agora é um dia de cada vez! Hoje já consegui sentar e sigo aqui lutando. Já Deus tudo certo!”, escreveu a cantora.
Nem a cantora nem equipe médica explicaram exatamente a causa da retirada do útero. Porém, uma das possíveis razões, segundo o gastroenterologista Bernardo Martins, é a proximidade dos tecidos.
“Parte do tecido do intestino é muito perto do útero. Então, a histerectomia pode ser necessária para evitar ou retirar as células neoplásicas do órgão, mas é apenas uma suposição”, explica.
Outra possibilidade é algum problema que tenha surgido como resultado de um procedimento cirúrgico anterior, como a retirada do tumor em si. “Se surgir uma lesão após a cirurgia inicial, pode ser necessária uma histerectomia para corrigir e complementar o procedimento anterior”, acrescenta Martins, que atende no Hospital Santa Lúcia Norte, em Brasília.
O ginecologista Carlos Moraes, obstetra pela Santa Casa/SP, pondera ainda que a histerectomia de Preta Gil pode ter sido uma cirurgia citorredutoras. “É um procedimento para remover todos os possíveis focos de tumor. Então, pode ter sido para evitar que o câncer chegasse ao útero dela”, diz.
A histerectomia
Segundo a ginecologista Daniele Duarte, do Hospital Leforte Morumbi (Rede Dasa), em São Paulo, a histerectomia pode ser classificada como parcial ou total. “O primeiro caso é restrito apenas para a retirada do corpo do útero. Já no segundo, há remoção completa do colo do útero”, ensina a especialista.
Daniela explica que a histerectomia pode ser realizada em cirurgia aberta, laparoscopia, ou com uso de um robô, que é uma opção minimamente invasiva.
O procedimento é indicado para casos como:
- Câncer de colo do útero;
- Câncer de ovário em estágio avançado;
- Hemorragias;
- Adenomiose;
- Infecções;
- Miomas;
- Hemorragias;
- Endometriose grave;
- Prolapso uterino.
Pós-operatório da histerectomia
A principal consequência da histerectomia é não poder engravidar. “Há também riscos da anestesia, hemorragia e infecções. Contudo, apesar da cessação da menstruação, a remoção do útero não necessariamente leva à menopausa, pois hormônios como estrogênio e progesterona continuam sendo produzidos pelos ovários”, destaca a ginecologista.
Em geral, o paciente tem alta hospitalar no mesmo dia ou permanece sob observação por uma noite, caso não haja complicações ou comorbidades. É necessário ainda descanso pélvico, com a ausência de relações sexuais e uso de tampões entre 6 e 8 semanas após a histerectomia total e por 3 a 4 semanas após a cirurgia parcial, para reduzir o risco de abertura de pontos.
Receba notícias do Metrópoles no seu Telegram e fique por dentro de tudo! Basta acessar o canal: https://t.me/metropolesurgente.