“Hidroxicloroquina deve ser abandonada do tratamento de Covid-19”, diz SBI
Documento divulgado nesta sexta, baseado em estudos científicos robustos, cobra urgência das autoridades de saúde na atualização de conduta
atualizado
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Os estudos recentes que sugerem cientificamente a ineficácia da hidroxicloroquina no tratamento de Covid-19 motivaram um documento de atualização da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI). Nesta sexta-feira (17/7), o órgão cobra a exclusão do fármaco do tratamento em qualquer fase de pacientes com a doença provocada pelo novo coronavírus.
“Com essas evidências científicas, a SBI acompanha a orientação que está sendo dada por todas sociedades médicas científicas dos países desenvolvidos e pela Organização Mundial de Saúde (OMS) de que a hidroxicloroquina deve ser abandonada em qualquer fase do tratamento da Covid-19”, cobra a SBI, por meio de um informe.
A sociedade avisa ainda que, diante das novas evidências, é “urgente e necessário” tirar o fármaco da lista do tratamento.
Entre as medidas, a SBI cobra que “os agentes públicos, incluindo municípios, estados e Ministério da Saúde reavaliem suas orientações de tratamento, não gastando dinheiro público em tratamentos que são comprovadamente ineficazes e que podem causar efeitos colaterais.”
Estudos recentes
Para elaborar o documento, a SBI se baseou em dois estudos publicados nessa quinta-feira (16/7). O primeiro avaliou pacientes com Covid-19 em 40 estados americanos e três províncias do Canadá. O grupo que recebeu hidroxicloroquina, em comparação aos pacientes que receberam placebo (preparação neutra sem efeitos farmacológicos), não teve nenhum benefício clínico.
O outro estudo foi conduzido na Espanha e avaliou a eficácia virológica (redução da carga viral na nasofaringe) e clínica (redução da duração dos sintomas e hospitalização). Nenhum benefício virológico, nem clínico foi observado nos pacientes que receberam HCQ, em comparação ao grupo que não recebeu nenhum tratamento farmacológico (grupo placebo).