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Gugu: entenda o que é uma morte cerebral e a Escala de Glasgow

Acidentes como o que aconteceu com o apresentador são comuns: saiba mais sobre os resultados que podem ocorrer nesses casos

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Record/Divulgação
Gugu Liberato
1 de 1 Gugu Liberato - Foto: Record/Divulgação

Na quarta-feira (20/11/2019), Gugu Liberato, 60 anos, sofreu uma queda, aparentemente de 4 metros de altura, em sua casa em Orlando, nos Estados Unidos, e foi levado para o hospital em estado grave. Depois de quase dois dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), a assessoria de comunicação do apresentador divulgou uma nota confirmando a morte de Gugu na noite desta sexta-feira (22/11/2019). A causa oficial do óbito é morte cerebral.

A queda de Gugu aconteceu quando ele chegou em casa, onde ficaria de folga por cinco dias. Decidiu checar o ar-condicionado, localizado no sótão do imóvel. De acordo com informações da Quem, o piso teria cedido e o apresentador caiu no chão da cozinha, no andar de baixo, machucando os dois lados da cabeça.

O traumatismo craniano é uma lesão na cabeça que pode afetar apenas o crânio, no caso de fraturas. Ou provocar danos graves no cérebro, como contusão ou coágulo sanguíneo, passando a ser chamado de traumatismo cranio-encefálico.

Normalmente, o crânio protege o cérebro de pancadas externas moderadas, como dar uma cabeçada. Entretanto, existe a possibilidade de casos de trauma grave, como uma queda de grande altura ou acidentes de carro, resultando em lesões cerebrais que devem ser tratadas o mais rápido possível.

O traumatismo craniano tem cura, dependendo da causa e da gravidade. No entanto, há risco de o indivíduo ficar com sequelas, como coma, epilepsia, paraplegia ou cegueira — principalmente quando o cérebro é afetado.

Uma possível consequência do traumatismo craniano grave é a morte cerebral. A condição é a incapacidade do cérebro de manter as funções vitais do organismo, como o paciente respirar sozinho, por exemplo. A vítima é diagnosticada com morte cerebral quando apresenta sintomas como ausência total de reflexos. É mantido vivo somente com a ajuda de aparelhos.

No caso do apresentador, foi divulgado que ele chegou ao hospital com uma classificação número três na Escala de Glasgow, uma unidade de medida que categoriza os níveis de coma — um indivíduo normal apresenta pontuação de 15, enquanto pacientes com menos de seis são considerados em estágio vegetativo.

Sem apresentar resposta a estímulos visuais, motores e verbais, é declarada a morte cerebral, como aconteceu com Gugu. Apenas no momento em que os aparelhos são desligados, o paciente é considerado oficialmente morto. Nesse caso, desligar os equipamentos não é considerado eutanásia, pois não há mais chance de sobrevivência.

Sintomas de traumatismo

Os sintomas  surgem, especialmente, nos casos graves e incluem:

  • Sangramentos graves na cabeça ou rosto
  • Saída de sangue ou líquido transparente pelo nariz e ouvidos
  • Dor de cabeça intensa
  • Desmaio, perda de consciência ou sonolência excessiva
  • Olho roxo ou manchas roxas nas orelhas, como na primeira imagem
  • Pupilas com tamanhos diferentes, como mostram as imagens
  • Confusão, perda de equilíbrio ou fala alterada
  • Perdas de memória ou alterações visuais

Quando o indivíduo apresenta esses sintomas, uma ambulância deve ser chamada pelo 192 (Samu) ou 193 (bombeiros). Evite mexer o pescoço da vítima, uma vez que também pode estar afetado.

Em alguns casos, os sintomas de traumatismo craniano podem surgir algumas horas depois, principalmente quando acontece a ruptura de um vaso na cabeça, por causa do acúmulo lento de sangue dentro do crânio. Por isso, é importante vigiar a vítima durante 12 horas após o episódio.

Nas crianças, os sintomas de traumatismo craniano incluem choro persistente, recusa para comer e depressões na cabeça, após quedas de superfícies altas, como mesa ou cama, por exemplo.

Tratamentos

O tratamento para traumatismo craniano deve ser feito por um neurologista no hospital. Geralmente, é iniciado com exames de diagnóstico, como tomografia computadorizada ou ressonância magnética, para detectar se existem danos no cérebro ou fraturas no crânio.

Assim, caso ocorram danos leves, injeções anticoagulantes, como heparina, seria utilizadas para evitar a formação de coágulos no cérebro. Assim como remédios anti-inflamatórios na veia, como naproxeno, a fim de reduzir a inflamação cerebral. Há a possibilidade de o paciente ter alta até 48 horas após o internamento, mantendo os remédios por via oral e sob orientação do médico.

No entanto, nos casos de traumatismo craniano grave, em que existem hemorragias internas, fraturas ou lesões cerebrais graves, a cirurgia seria necessária. Ou seja, o internamento se prolongaria por vários dias.

Causas de morte cerebral

A morte cerebral pode ser causada por inúmeros motivos, por exemplo:

  • Traumatismo craniano
  • Falta de oxigênio no cérebro
  • Parada cardiorrespiratória
  • Derrame (AVC)
  • Inchaço no cérebro
  • Aumento da pressão intra craniana
  • Tumores
  • Overdos
  • Falta de glicose no sangue.

Essas e outras causas levam ao aumento do tamanho do cérebro (edema cerebral). Associado à impossibilidade de expansão devido ao crânio, resulta em compressão, diminuição da atividade cerebral e danos irreversíveis no sistema nervoso central.

Como saber se é morte cerebral

Os sinais que indicam que se trata de uma morte cerebral são:

  • Ausência da respiração
  • Ausência de dor à estímulos como picar uma agulha no corpo ou mesmo dentro dos olhos do paciente
  • Pupilas não reagentes
  • Não deve haver hipotermia e hipotensão deve mostrar ausência de sinais

Contudo, se a pessoa estiver ligada a aparelhos, a respiração e os batimentos cardíacos são mantidos. Entretato, as pupilas não serão reagentes e será um indício de morte cerebral. O diagnóstico deve ser feito por dois médicos diferentes, em dois dias diferentes, mediante a observação dos sintomas acima citados para não haver margem para erros.

(Com informações do Tua Saúde)

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