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Gripe H3N2 está em ao menos 11 estados e acende alerta no país

Vírus aparece em época não esperada, e governos estaduais pedem atenção aos sintomas. Sistema de vigilância segue fora do ar após ataque

atualizado

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1 de 1 mascara 2 - Foto: Ricardo Wolffenbuttel/Governo de SC

Nas últimas semanas, com a queda nos casos e óbitos por Covid-19, um surto de outra doença tem chamado a atenção. Pacientes infectados com influenza A, mais especificamente a cepa H3N2, têm procurado os serviços de saúde para lidar com os sintomas da gripe.

O vírus, que já provocou epidemia de casos no Rio de Janeiro, está em pelo menos outras 10 unidades da Federação, incluindo o Distrito Federal, de acordo com levantamento do Metrópoles realizado junto às secretárias estaduais. Com sintomas semelhantes aos da Covid — tosse, congestão nasal, febre e dor muscular –, é fácil confundir as duas doenças, e é preciso exame PCR para ter certeza do vírus responsável pela infecção.

Distrito Federal, Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo, Bahia, Paraná, Rio Grande do Sul, Amazonas, Rio Grande do Norte, Maranhão e Ceará já registraram casos de influenza. Goiás ainda não teve confirmação, mas monitora nove casos suspeitos da infecção pelo H3N2. Algumas unidades federativas alertam que o apagão de dados do SUS está dificultando a notificação de pacientes com o vírus, e os números podem ser maiores do que os divulgados até o momento.

“Desde o dia 9/12, os sistemas de informação federais estão indisponíveis, incluindo o SIVEP Gripe, onde são notificados os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e também de Covid-19, prejudicando a atualização das estatísticas estaduais. Consequentemente, o monitoramento das estatísticas fica impactado, dificultando a definição de estratégias de enfrentamento em momento oportuno”, informou, em nota, a Secretaria de Saúde de São Paulo.

A Secretaria de Saúde do Amazonas informa que o estado já registrou, desde o começo de novembro até a sexta-feira (17/12), 494 casos positivos de influenza, sendo 262 apenas na última semana. Porém, este é o período sazonal da doença no norte, onde fica a unidade federativa.

No Rio, cerca de 21 mil pessoas foram diagnosticadas com influenza nas três últimas semanas de novembro. No início desta semana, o secretário municipal de Saúde de São Paulo, Edson Aparecido, afirmou à CNN que a capital paulista também vive surto da doença.

Maior circulação viral

O vírus da gripe, o influenza, não é novidade e reaparece todos os anos. A diferença é que ele costuma ocorrer nos meses de inverno, a partir de maio, e não às portas do verão. Por essa diferença, vários estados já estão pedindo atenção extra das unidades de saúde para casos suspeitos e reforço no protocolo de testagem.

Segundo o virologista Bergmann Ribeiro, da Universidade de Brasília (UnB), esta alta é causada pela volta das atividades e pelo relaxamento das medidas de proteção em um momento de baixa nos casos e óbitos por Covid-19.

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Após os casos de gripe se alastrarem no Rio de Janeiro e na Bahia, os estados de São Paulo, Espírito Santo e Minas Gerais também estão em alerta contra os vírus da família influenza
Os vírus da influenza costumam se espalhar durante o inverno, mas os patógenos encontraram espaço para se disseminar agora que as pessoas estão retomando a vida normal
O influenza compreende 3 tipos de vírus A, B e C. Os mais preocupantes são os vírus influenza A e B. Nos vírus influenza A, se destacam os subtipos A/H1N1 e A/H3N2. Os atuais surtos parecem estar relacionados ao H3N2
O vírus sazonal circula entre os humanos desde 1968, quando houve uma epidemia em Hong Kong. Porém, foi a partir de 2005 que começou a circular globalmente
A variante H3N2 atinge principalmente idosos e crianças. Nesses grupos, os sintomas podem ser mais graves
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Após os casos de gripe se alastrarem no Rio de Janeiro e na Bahia, os estados de São Paulo, Espírito Santo e Minas Gerais também estão em alerta contra os vírus da família influenza

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Os vírus da influenza costumam se espalhar durante o inverno, mas os patógenos encontraram espaço para se disseminar agora que as pessoas estão retomando a vida normal

Rafaela Felicciano/Metrópoles
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O influenza compreende 3 tipos de vírus A, B e C. Os mais preocupantes são os vírus influenza A e B. Nos vírus influenza A, se destacam os subtipos A/H1N1 e A/H3N2. Os atuais surtos parecem estar relacionados ao H3N2

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O vírus sazonal circula entre os humanos desde 1968, quando houve uma epidemia em Hong Kong. Porém, foi a partir de 2005 que começou a circular globalmente

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A variante H3N2 atinge principalmente idosos e crianças. Nesses grupos, os sintomas podem ser mais graves

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A transmissão do vírus H3N2 acontece por meio de gotículas que ficam suspensas no ar quando a pessoa gripada tosse, fala ou espirra. O contágio também pode acontecer por meio do contato direto com pessoas infectadas

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A gripe é menos letal que a Covid, mas os sintomas podem ser piores. Eles incluem febre alta, calafrios, dor muscular, dor de cabeça, náusea, mal-estar, falta de apetite e sensação de moleza

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O tratamento para os vírus influenza é feito com medicações sintomáticas como antigripais, analgésicos, antitérmicos e anti-inflamatórios. Também é recomendado repouso, ingestão de líquidos e alimentação leve

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O imunizante protege contra os vírus H1N1, H3N2 e influenza B

Hugo Barreto/Metrópoles
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A recomendação é que as pessoas evitem permanecer muito tempo em ambiente fechado com aglomerações. Além disso, evitar levar as mãos aos olhos e à boca antes de lavá-las

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Uma nova variante da H3N2, denominada Darwin, tem chamado a atenção de especialistas, após um surto de casos no hemisfério norte. Porém, não há dados que comprovem a eficácia da vacina contra essa variante

Fernando Frazão/Agência Brasil

Outra possível razão é a falta de adesão à campanha nacional de vacinação contra a gripe, que aconteceu durante a imunização contra o coronavírus. No Ceará, por exemplo, a taxa de cobertura de 2021 foi a menor nos últimos 23 anos. O imunizante também não mantém a mesma eficácia seis meses depois da aplicação, e os principais grupos de risco (idosos, crianças e gestantes) receberam a fórmula em abril de 2021.

Por último, o surgimento da cepa H3N2 Darwin, uma espécie de variante do influenza que pode escapar à proteção da vacina atual, estaria contribuindo para o aumento dos casos. O Butantan informa que, seguindo recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS), a nova fórmula do imunizante contra a gripe incluirá a cepa, e deve começar a ser produzida em janeiro.

Apesar de ter sintomas semelhantes aos da infecção causada pelo coronavírus, a gripe tem taxa de letalidade menor, entre 0,1% e 0,2%, enquanto a Covid tem entre 1% e 2%. A principal diferença é a gravidade dos sinais iniciais da gripe, que são mais fortes do que os apresentados pelas pessoas com Covid que já receberam vacinas.

Prevenção

Assim como a Covid-19, o vírus da gripe é transmitido pelo ar, e o uso de máscara de boa qualidade, distanciamento social e higiene das mãos são suficientes para evitar a contaminação. A vacina contra o influenza também protege, dentro dos seis primeiros meses após a aplicação, contra o H1N1 e H3N2, além da influenza B.

A recomendação é procurar uma unidade de saúde quando os sintomas incluírem falta de ar, pressão ou dor no tórax, e coloração azulada dos lábios ou rosto.

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