Gripe aviária: vírus achado em chileno tem mutações com sinais de adaptação a mamíferos
Amostras do vírus encontradas em paciente internado possuem modificações genéticas que teriam facilitado a multiplicação do patógeno
atualizado
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Ao analisar uma amostra do vírus da gripe aviária encontrado em um homem chileno, internado desde março com a doença, cientistas encontraram duas mutações genéticas que indicam adaptação do vírus a mamíferos. A informação foi divulgada pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) na sexta-feira (14/4). As autoridades afirmam que o risco de transmissão entre humanos permanece baixo.
O paciente, um homem de 53 anos, desenvolveu os primeiros sintomas da gripe aviária do tipo A H5N1 em 13 de março, quando apresentou tosse, dor de garganta e rouquidão. Com a piora do quadro, ele precisou ser internado em uma unidade de terapia intensiva (UTI), onde recebe tratamento com medicamentos antivirais e antibióticos atualmente.
“A hipótese mais plausível sobre a transmissão é que ela ocorreu por exposição ambiental a áreas onde aves ou mamíferos marinhos doentes ou mortos foram encontrados perto da residência do caso”, informou a Organização Mundial da Saúde (OMS) em um relatório divulgado em 6 de abril.
Mutações
Estudos anteriores feitos em animais sugerem que essas mutações, encontradas no gene PB2, podem tornar o vírus mais prejudicial ou se espalhar mais facilmente nas células de mamíferos. Mas as autoridades não encontraram evidências de que o vírus ganhou vantagem para a infecção pulmonar ou para ser transmitido entre humanos.
Os cientistas acreditam que as mutações encontradas no paciente hospitalizado tenham ocorrido depois que ele adoeceu. Não há evidências de que o vírus se espalhou para outras pessoas ou tenha trocado material genético com outros vírus da gripe ou adquirido resistência contra medicamentos ou vacinas.
Risco baixo
Por essas características, a avaliação das autoridades de saúde pública sobre o risco geral do vírus H5N1 para as pessoas continua como “baixo”, informou Vivien.
“Essas mudanças genéticas foram observadas anteriormente em infecções anteriores por H5N1 e não resultaram na disseminação entre as pessoas”, afirma a diretora interina da divisão de gripe do Centro Nacional de Imunização e Doenças Respiratórias do CDC, Vivien Dugan, em um comunicado.
“No entanto, é importante continuar a olhar cuidadosamente para cada caso de infecção humana. Precisamos permanecer atentos às mudanças que tornariam esses vírus mais perigosos para as pessoas”, pondera Dugan. (Com informações da Agência AP News)
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