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Estudo confirma propagação da gripe aviária H5N1 entre mamíferos

Descoberta da transmissão da gripe aviária H5N1 entre mamíferos indica um salto importante do vírus. Risco entre humanos ainda é baixo

atualizado

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Foto de homem fazendeiro junto a gado leiteiro - Metrópoles
1 de 1 Foto de homem fazendeiro junto a gado leiteiro - Metrópoles - Foto: Getty Images

Um estudo publicado nesta quinta-feira (25/7) na revista Nature confirma que a gripe aviária H5N1 já se propaga entre mamíferos. A descoberta dos pesquisadores da Universidade Cornell, em Nova York (EUA), é preocupante pois indica um salto importante do vírus, sugerindo que ele pode se adaptar e um dia causar a transmissão entre humanos.

Após a disseminação da doença de aves para o gado leiteiro em vários estados dos EUA, os cientistas descobriram casos de transmissão também de mamífero para mamífero – entre vacas e de vacas para gatos e um guaxinim.

“Esta é uma das primeiras vezes que vemos evidências de transmissão eficiente e sustentada de mamífero para mamífero da gripe aviária H5N1 altamente patogênica”, afirma o pesquisador Diego Diel, professor associado de virologia e diretor do Laboratório de Virologia do Centro de Diagnóstico de Saúde Animal da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Cornell, em comunicado à imprensa.

Casos de H5n1 entre mamíferos

A transmissão do vírus H5N1 entre vacas foi registrada quando animais infectados do Texas foram levados para uma fazenda com vacas saudáveis ​​em Ohio.

O sequenciamento de genoma completo do vírus também mostrou que ele foi transmitido para gatos, um guaxinim e pássaros selvagens foram encontrados mortos em fazendas afetadas.

Os pesquisadores acreditam que os gatos e o guaxinim provavelmente ficaram doentes ao beber leite cru de vacas infectadas.

Gato tomando leite - Metrópoles
Acredita-se que os gatos tenham adoecido após beber leite de vacas infectadas

Risco continua baixo entre humanos

Onze casos humanos de gripe aviária H5N1 foram confirmados nos Estados Unidos desde abril de 2022. Quatro pacientes trabalhavam em fazendas de gado leiteiro e sete estavam vinculados a granjas avícolas. Todos apresentaram apenas sintomas leves.

Nos casos mais recentes, registrados nas últimas semanas no estado do Colorado, quatro pessoas adoeceram com a mesma cepa identificada no estudo como circulante em vacas leiteiras, levando os pesquisadores a suspeitarem que o vírus provavelmente tem origem em fazendas da mesma região.

Ainda assim, o risco de transmissão entre humanos ainda é considerado baixo. O sequenciamento completo do genoma do vírus não revelou nenhuma mutação que possa aumentar a transmissibilidade do H5N1 em humanos.

“A preocupação é que mutações potenciais possam surgir, o que pode levar à adaptação em mamíferos, ao transbordamento em humanos e à transmissão potencialmente eficiente entre as pessoas no futuro”, considera Diel.

O pesquisador destaca a importância do monitoramento do vírus tanto quando for encontrado em animais, quanto em casos humanos. Além de evitar o aumento da propagação do patógeno, a estratégia ajuda a entender a evolução dele.

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