Grávidas que tomaram vacina devem buscar acompanhamento médico
As gestantes devem estar atentas a sinais e sintomas que possam indicar a formação de coágulos
atualizado
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Após a suspensão da vacinação para gestantes em vários estados brasileiros e a recomendação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de que o imunizante Oxford/AstraZeneca não seja mais aplicado no grupo, as grávidas – tanto as que iriam ser vacinadas, como as que já foram – ficaram alarmadas com a situação.
A cirurgiã vascular do Hospital Regional da Asa Norte (Hran), Carolina Melo, recomenda que as gestantes vacinadas estejam atentas a possíveis reações adversas. “O ideal é que essas mulheres busquem orientação com os médicos que estão acompanhando a gestação e que estejam alertas para sintomas de coágulos”, afirma.
Além de edemas no corpo e pontos de sangue no local onde a vacina foi aplicada, dor de cabeça persistente, náuseas e vômitos podem ser indicativos de trombos. “Até 3 semanas após a imunização podem surgir reações, eventos trombóticos de maior ou menor gravidade”, explica a médica. O aparecimento destes sinais requer que se busque auxílio médico imediato.
A recomendação da Anvisa foi específica para a vacina Oxford/AstraZeneca. No entanto, a maioria dos estados suspendeu a vacinação com outros imunizantes para o grupo de grávidas. Até agora, o Brasil usa três vacinas contra a Covid-19: Coronavac, Oxford/AstraZeneca e Pfizer. As bulas das três vacinas alertam para a falta de estudos para a vacinação em gestantes.
Em documento publicado em 19 de abril, a Organização Mundial da Saúde (OMS), recomendou o uso da vacina da AstraZeneca em gestantes “somente quando os benefícios da vacinação para a mulher grávida superarem os riscos potenciais”. Os casos indicados são o de gestantes que sejam profissionais de saúde ou que apresentem comorbidades que possam agravar quadros de Covid-19.
A agência internacional também recomendou que a vacinação para mulheres grávidas deve ser considerada individualmente após consulta com o médico pessoal.
Trombose em grávidas
Em coletiva de imprensa na terça-feira (11/5), o Ministério da Saúde informou que investiga 11 eventos adversos relacionados à aplicação de doses do imunizante contra Covid-19 em grávidas. Segundo a pasta, dentre eles, oito estão atribuídos à Coronavac, dois à vacina da AstraZeneca e um à da Pfizer.
Em apurações deste tipo é necessário avaliar o histórico pregresso da paciente para tentar estabelecer se, de fato, a vacina foi a causa do efeito adverso apresentado após a imunização. Outras condições de saúde precisam ser descartadas para que a relação direta seja estabelecida.
No caso das grávidas, a investigação fica mais difícil pois a própria condição e suas mudanças hormonais favorecem a formação de coágulos. Na segunda-feira (10/5), o Metrópoles noticiou em primeira mão o caso de uma gestante do Rio de Janeiro que havia desenvolvido trombose após a vacina.