Ginecologista lista 9 razões para a diminuição da libido da mulher
De problemas na regulação de hormônios ao uso de anticoncepcionais, várias questões de saúde podem estar relacionadas à falta de desejo
atualizado
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Entre as mulheres que procuram ajuda médica por qualquer disfunção sexual, muitas reclamam da falta de libido. De acordo com um levantamento sobre o assunto feito pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo e o Hospital Pérola Byington, 5,8% das pacientes entre 18 e 25 anos e 19,9% das maiores de 60 buscam um ginecologista para lidar com a baixa no desejo sexual.
A falta de vontade para o sexo pode estar relacionada a uma série de problemas de saúde, ou hábitos que nada têm a ver com o sexo em si. O aspecto emocional, a conexão com o parceiro, também contam.
“Vale lembrar que nada é tão prejudicial para a vida sexual do casal quanto a falta de compreensão e diálogo. Se não há cumplicidade e companheirismo na vida a dois, dificilmente haverá desejo e prazer na cama”, ressalta o ginecologista Carlos Moraes, membro da Febrasgo e médico nos hospitais Albert Einstein, São Luiz e Pro Matre, todos em São Paulo.
Veja nove motivos que podem influenciam a libido feminina:
1 – Queda na testosterona
O hormônio masculino também está presente no corpo da mulher, ainda que em menor quantidade, e é um dos responsáveis por regular as funções biológicas do organismo. Em baixa, pode causar queda na libido.
O quadro é pouco frequente em mulheres na idade reprodutiva, mas pode acontecer com pessoas passando pela menopausa.
2 – Hipotireoidismo
Quando a tireoide, uma das principais glândulas do corpo, não funciona corretamente, ela produz menos hormônios, o que pode acabar afetando a libido.
“O hipotireoidismo é mais comum em mulheres, especialmente acima dos 40 anos. Se não tratado, além da diminuição da libido, pode causar cansaço excessivo, alteração da função intestinal e até depressão, afetando ainda mais o desejo sexual”, reforça Moraes.
3 – Anticoncepcional
Os medicamentos costumam inibir a ovulação, e acabam interferindo no pico de testosterona previsto para esse momento. As pílulas com maior efeito colateral relacionado à libido são aquelas que têm progesterona com efeito antiandrogênico.
4 – Antidepressivo
Um dos efeitos mais comuns dos medicamentos antidepressivos é a disfunção sexual. Vários estudos mostram uma queda de 60% a 70% no desejo sexual durante o uso. Os remédios agem na serotonina, o hormônio do prazer.
“O problema é que, ao aumentar o nível da serotonina, as medicações diminuem a ativação de outros dois neurotransmissores: a dopamina e a noreprinefina. A primeira está ligada à excitação. A segunda, ao foco e à motivação. A boa notícia é que a libido volta quando o organismo se acostuma com a medicação, ou após o fim do tratamento. De qualquer forma, o ideal é buscar orientação do seu médico”, explica o ginecologista.
5 – Sedentarismo
Moraes ensina que pessoas que fazem exercícios físicos regularmente têm melhor qualidade de vida sexual, e cerca de 10 minutos de atividade já são suficientes para melhorar a libido.
O exercício melhora a circulação sanguínea e estimula a liberação de neurotransmissores que interferem na libido.
6 – Álcool
Embora possa aumentar a libido em algumas pessoas quando consumido em pequenas doses, grandes quantidades (acima de quatro doses por semana) podem interferir no desejo sexual. Segundo o ginecologista, o álcool pode inibir o estrogênio, atrasando ou impedindo a ovulação, que é justamente o período de maior libido.
7 – Estresse
O cortisol, conhecido como hormônio do estresse, é liberado em momentos de ansiedade e nervosismo, e pode alterar desde o humor até o desejo sexual.
8 – Alimentação desregulada
Alguns alimentos, como os cheios de açúcar e gordura, podem afetar a produção de hormônios e interferir na libido. O ginecologista sugere apostar em comidas que aumentam o desejo sexual, como pimenta, abacate, castanha-do-pará, avelãs, cebolinha, aveia, noz-moscada, romãs, morangos, salmão selvagem ou gergelim com mel.
9 – Fumar
O tabagismo pode causar ressecamento vaginal, tornando o sexo dolorido e pouco agradável. Segundo Moraes, a mulher fumante também pode ter problemas com a produção de estrogênio — em alguns casos, a menopausa pode ser adiantada.