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Desligar gene impede ganho de peso mesmo comendo gordura, diz estudo

Pesquisa feita com camundongos mostrou que animais puderam comer gordura sem se tornarem obesos com a alteração de um gene de seu DNA

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Imagem colorida de hamburguer e batata frita - Metrópoles
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Já imaginou poder comer o tanto de fritura que quiser sem que isso altere o seu peso? Pois a ciência pode estar próxima de encontrar um meio de tornar o sonho em realidade ao desativar apenas um gene do DNA.

O estudo foi publicado na revista científica Nature Metabolism nessa segunda-feira (29/1). Comandada por pesquisadores da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, a investigação mostrou que apenas um gene é responsável pela perda da capacidade das células de gordura de queimar energia, fazendo com que elas se acumulem no corpo.

A pesquisa foi feita com camundongos, mas os pesquisadores explicam que o mesmo código está presente no DNA humano e é relacionado a uma inatividade do tecido adiposo que leva tanto à obesidade quanto à resistência à insulina (causa da diabetes).

Gene desligado e gordura queimando

O gene RaIA é responsável pela ativação do tecido adiposo para processar as células de gordura e transformá-las em estoque. O problema é que quanto maior o acúmulo de gordura, mais ativado é o gene — consequentemente, há menos queima e aumentam as reservas.

Por isso, quanto maior o nível de obesidade, mais difícil é acelerar o metabolismo naturalmente. Porém, os pesquisadores descobriram que é possível manter o comando desligado permanentemente, levando a um maior gasto energético mesmo em indivíduos com excesso de peso.

Ilustração mostra processo de edição genética do CRISPR
Técnica de edição genética altera apenas as células somáticas, aquelas que não compõem a informação genética do corpo humano

Como foi feita a pesquisa

Para testar o impacto desta edição, os pesquisadores alteraram a informação no DNA de alguns ratinhos e eles não tiveram ganho de peso mesmo comendo uma dieta gorda, com mais de 60% da ração correspondendo a gordura, ao longo de 12 semanas (um período de quase oito anos se comparado à vida média de um humano).

“Ao compreender este mecanismo, estamos um passo mais perto de desenvolver terapias específicas que possam conter o ganho de peso e as disfunções metabólicas associadas, aumentando a queima de gordura”, concluem os pesquisadores.

Tratamentos futuros podem envolver terapias genéticas ou CRISPR – uma tecnologia usada por cientistas para modificar o DNA em seres vivos – para desligar RaIA e controlar seus efeitos no corpo.

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