GDF usará drones para buscar focos do Aedes aegypti em lotes fechados
Governo do Distrito Federal lançou nesta segunda-feira (14/1) força-tarefa para prevenção e combate à dengue e outras arboviroses
atualizado
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O Governo do Distrito Federal (GDF) anunciou, na tarde desta segunda-feira (14/1), o lançamento da força-tarefa para prevenção e combate à dengue e outras arboviroses – doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, como zika vírus, chikungunya e febre amarela. “Já que estamos limpando nossa cidade, vamos tentar erradicar essas doenças. Vamos começar no sábado por Samambaia. A sociedade precisa acreditar que a Saúde vai funcionar”, afirmou o governador Ibaneis Rocha (MDB).
Também participaram do lançamento, o secretário de Saúde, Osnei Okumoto; o comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Emilson Santos; o secretário adjunto de Cidades, Gustavo Aires; e o coordenador nacional de Dengue, Zika, Chikungunya e Malária do Ministério da Saúde, Divino Martins. “Nada acontece sem que haja uma ação conjunta da sociedade. Estamos no período sazonal onde aumentam as notificações. Vamos combater o Aedes aegypti“, declarou Okumoto.
De acordo com os dados apresentados pelo secretário de Saúde, o número de casos de dengue em 2018 no Distrito Federal caiu 40%, em comparação ao ano anterior. Foram 2.351 notificações no período, contra 3.971, em 2017. No entanto, ao verificar os últimos cinco anos, percebe-se que houve aumento de 60% de residências encontradas com o mosquito transmissor.
Por isso, a força-tarefa pretende mobilizar a população para ajudar na limpeza das áreas abertas. O grupo vai começar a atuar em regiões consideradas prioritárias: São Sebastião, Paranoá, Itapoã, Planaltina, Samambaia, Estrutural, Recanto das Emas, Lago Norte, Lago Sul e Candangolândia.
A equipe contará com 360 agentes de vigilância ambiental, 400 bombeiros e servidores do SLU, Novacap, Secretaria de Segurança, Secretaria de Comunicação, Casa Civil, Secretaria de Educação, Agefis e administrações regionais. “De agora para frente, os administradores precisam participar, buscar uma melhor forma para essas questões do combate à dengue. Eles devem ter contato direto com a população”, afirmou Gustavo Aires.
Drones
Também serão utilizados drones para verificar os lotes particulares a fim de identificar possíveis focos do mosquito. De acordo com o coordenador do Ministério da Saúde, os equipamentos são usados “somente em casos de casas fechadas, com piscinas ou sujeira”. Ele afirmou que as unidades da federação têm autonomia para definir o modelo de prevenção. “Temos que ver o resultado. Se for um sucesso, podemos aplicar em outros estados. Existem várias metodologias de controle, essa é uma delas”, afirmou.
Como não há legislação específica sobre o uso de drones, o comandante do Corpo de Bombeiros explica que o governo construirá um normativo para a aplicação em saúde pública. Segundo ele, os aparelhos só farão a inspeções em lotes considerados abandonados, devido à dificuldade de entrar nesses locais. “Quando fazemos uma varredura em uma área e tem alguma casa fechada, não conseguimos concluir como área limpa. Os drones nos ajudarão a identificar os focos”, afirmou o coronel.
A corporação possui dois equipamentos de vigilância aérea. De acordo com o comandante, o número é suficiente para a operação de combate ao mosquito. Os drones serão operados por profissionais do Corpo de Bombeiros. “Só uma pessoa vai verificar as imagens, porque pode encontrar algo inapropriado. Depois, essas imagens serão apagadas, porque a intenção é somente ver se tem um foco ali dentro.”
Veja a apresentação do GDF sobre a força-tarefa:
Apresentação coletiva dengu… by on Scribd
Riscos
O Distrito Federal recebeu 60 caminhonetes do Ministério da Saúde para auxiliar no combate. “Estamos trabalhando com um ser vivo e inteligente que, ao longo dos anos, vem se adaptando. Em fevereiro, começam a explodir os grandes processos epidêmicos e ninguém está totalmente seguro”, afirmou Divino Martins.
Segundo o representante do governo federal, há presença do vetor da dengue em 5.270 municípios brasileiros, mas o país está em um período sazonal, sem surtos da doença. “Há um risco de outras arboviroses. Geralmente, o processo epidêmico começa nas regiões do entorno. É preciso fazer o bloqueio, traçar o cronograma de ações para evitar impacto de epidemias. A preocupação principal é com a chikungunya”, concluiu o coordenador.