metropoles.com

Febre maculosa: proteína do carrapato pode ser alvo de futura vacina

Estudo da Universidade de São Paulo (USP) identificou proteína que poderia bloquear a infecção causadora da febre maculosa, altamente letal

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
CDC / Dr. Christopher Paddock / James Gathany
Carrapato-estrela é o responsável por transmitir a febre maculosa
1 de 1 Carrapato-estrela é o responsável por transmitir a febre maculosa - Foto: CDC / Dr. Christopher Paddock / James Gathany

Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) afirmam que uma proteína encontrada no carrapato-estrela, transmissor da febre maculosa, pode ser usada como alvo para o desenvolvimento de uma possível vacina contra a doença. A descoberta foi publicada na revista Parasites & Vectors em março deste ano e divulgada nesta quarta-feira (14/6) pela Agência Fapesp.

A febre maculosa é uma doença infecciosa transmitida pela picada do carrapato-estrela ou carrapato micuim – comuns na região do Cerrado e em áreas degradadas da Mata Atlântica – que esteja infectado por bactéria do gênero Rickettsia. As pessoas contaminadas podem desenvolver desde quadros clínicos leves até formas graves da condição, que pode levar à morte.

Os sintomas da febre maculosa incluem febre alta; dor de cabeça intensa e súbita; dor abdominal e muscular; manchas na pele; náuseas e vômitos; diarreia; inchaço e vermelhidão nas palmas das mãos e sola dos pés; e paralisia dos membros que inicia nas pernas e sobe até os pulmões, causando diminuição do fluxo respiratório.

Estudos anteriores feitos pelo mesmo grupo de pesquisadores da USP já haviam mostrado que, ao infectar o carrapato-estrela, a bactéria Rickettsia rickettsii inibe a apoptose no hospedeiro, o processo da morte programada das células do aracnídeo, favorecendo seu crescimento. Assim, a bactéria ganha tempo para se proliferar e infectar novas células.

Agora, os pesquisadores experimentaram silenciar a expressão gênica da proteína inhibitor of apoptosis protein (IAP), a principal inibidora da apoptose, como uma tentativa de reduzir o crescimento da bactéria e tornar o carrapato-estrela mais resistente à infecção. A alimentação dos aracnídeos foi reproduzida em laboratório, com sangue de coelhos infectados e não infectados pela bactéria R. rickettsii.

As taxas de mortalidade dos carrapatos-estrela durante o experimento foram de mais de 92%, sugerindo que a alimentação do aracnídeo, independentemente de estar infectado ou não, gera radicais livres que ativam a apoptose. Com a IAP silenciada, os carrapatos não conseguem sobreviver, diminuindo a densidade populacional do hospedeiro e a incidência de transmissão.

“Observamos que, independentemente da infecção, os carrapatos morriam ao se alimentar, destacando a importância da IAP para sua sobrevivência”, afirma a professora do Departamento de Parasitologia do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB-USP) e coordenadora do estudo, Andréa Cristina Fogaça, à Agência Fapesp.

Surto em São Paulo

Três pessoas morreram na quinta-feira (8/6) após participarem de um evento na Fazenda Santa Margarida, em uma área rural de Campinas (SP), apontada como o provável local de infecção.

Exame do Instituto Adolfo Lutz, da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, confirmou o diagnóstico de febre maculosa da dentista Marina Giordano, 36 anos; do namorado dela, o piloto Douglas Pereira Costa, 42; e da dentista Evelyn Karoline Santos, 28, de Hortolândia.

Uma adolescente de 16 anos, que trabalhava no evento, morreu após ser internada com suspeita da doença. O diagnóstico dela ainda depende do resultado da análise das amostras biológicas enviadas ao laboratório.

4 imagens
Ingresso custou até R$ 1 mil
Evento aconteceu em 27 de maio
Quem esteve no local reclamou de difícil acesso
1 de 4

Fazenda foi palco de feijoada

Reprodução/Redes sociais
2 de 4

Ingresso custou até R$ 1 mil

Reprodução/Redes sociais
3 de 4

Evento aconteceu em 27 de maio

Reprodução/Redes sociais
4 de 4

Quem esteve no local reclamou de difícil acesso

Reprodução/Redes sociais

Receba notícias do Metrópoles no seu Telegram e fique por dentro de tudo! Basta acessar o canal: https://t.me/metropolesurgente.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comSaúde

Você quer ficar por dentro das notícias de saúde mais importantes e receber notificações em tempo real?