Fumar maconha aumenta risco de doenças cardíacas, dizem estudos
Pesquisas mostram que o uso de maconha aumenta em 30% o risco de ter insuficiência cardíaca e 20% nas chances de complicações
atualizado
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O uso de maconha foi associado ao aumento do risco de ter doenças cardíacas em duas pesquisas divulgadas nesta segunda-feira (6/11) no encontro anual da Associação Americana do Coração. Ambas investigações mostraram uma associação do consumo regular de cannabis com o risco de insuficiência cardíaca, ataque cardíaco e acidente vascular cerebral (AVC).
O primeiro estudo foi feito analisando os hábitos de saúde de 150 mil adultos dos Estados Unidos. Os participantes completaram uma pesquisa sobre a frequência do uso de maconha e foram acompanhados por quase quatro anos (45 meses).
Neste período, 2% deles (2,9 mil pessoas) desenvolveram insuficiência cardíaca e, entre os usuários de maconha, essa frequência foi 34% maior, independente da idade, gênero ou histórico de tabagismo.
Uma limitação do estudo é que ele se baseou em dados que não especificavam se a maconha foi inalada ou consumida na alimentação. Segundo os pesquisadores, a forma como a droga é ingerida pode influenciar os resultados cardiovasculares.
Maconha aumenta riscos de saúde também em idosos
O segundo estudo se concentrou em usuários idosos — a maior parte dos que possuem receita para consumo medicinal nos Estados Unidos. A pesquisa comparou dados de cerca de 28 mil usuários regulares de cannabis com um grupo de 10 milhões que não consumia a substância. Nenhum deles fumava cigarros de outra natureza.
Quando os idosos que usaram maconha foram hospitalizados, a chance deles sofrerem complicações no coração ou no cérebro durante a hospitalização foi 20% maior.
Além disso, os consumidores de cannabis tiveram uma taxa mais elevada de ataques cardíacos (7,6% versus 6% dos que não usavam maconha).
“As pesquisas mais recentes sobre o uso de cannabis indicam que fumar e inalar maconha aumenta as concentrações de carboxiemoglobina (monóxido de carbono, um gás venenoso) e alcatrão (matéria combustível parcialmente queimada) no sangue semelhantes aos efeitos da inalação de um cigarro de tabaco. As duas substâncias foram associadas a doenças do músculo cardíaco, dor no peito, distúrbios do ritmo cardíaco, ataques cardíacos e outras condições graves”, explica o cardiologista Robert L. Page II, um dos diretores da American Heart Association, em comunicado à imprensa.
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