Mito ou verdade: fumar charuto é menos prejudicial à saúde?
Médicos enumeram riscos do charuto e fazem relação do seu uso com o cigarro convencional. Conheça grau de agressividade do produto
atualizado
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Apesar de alguns vídeos na internet alegarem que o charuto seria uma opção mais saudável do que o cigarro convencional, o uso do produto — que nada mais é do que pedaços de tabaco envelhecido envoltos em folhas de tabaco — é muito prejudicial à saúde.
Segundo o cardiologista Thiago Germano, do Instituto do Coração de Taguatinga (ICTCor), no Distrito Federal, o charuto é tão nocivo quanto o cigarro convencional. “Tudo que contém nicotina é prejudicial à saúde, pois vai desencadear doenças e o vício. Além disso, o charuto não possui filtro, o que o torna até pior do que o fumo industrializado”, afirma.
A queima do fumo libera alcatrão, monóxido de carbono e amônia. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), no Brasil, 443 pessoas morrem a cada dia em consequência do tabagismo.
“Em termos de nicotina, fumar um charuto equivale a consumir 20 cigarros comuns. Diante do grau de agressividade, o que eu digo para os meus pacientes é que usufruir de qualquer fumo é como brincar de roleta russa: existe uma grande chance de dar errado. Um dos riscos da prática é aumentar a chance de infarto”, alerta Germano.
Assim como outros fumos, uma forma de identificar o vício em charuto é analisar fatores como:
- Fumar logo ao acordar;
- Ter sempre um cigarro consigo, seja na bolso, bolsa, mochila ou carro;
- Fumar cada vez mais em períodos de tempo mais curtos;
- Associar atividades diárias ao fumo, como tomar café e depois fumar;
- Ver outras pessoas fumando e ter vontade de fumar também.
Charuto e as doenças
Algo que se observa na embalagem do charuto é o aviso da relação do produto com o câncer. “É comprovada a ligação dele com os tumores de cabeça e pescoço, e também de pulmão. Algumas pessoas dizem que a fumaça do produto não é tragável, mas é mentira. Mesmo que o consumidor não trague plenamente, parte do conteúdo vai sim para o pulmão”, afirma o oncologista Murilo Buso, do Centro de Câncer de Brasília (Cettro).
O oncologista Lucianno Santos, da Oncologia D’Or, dá ênfase no mito de que a fumaça do charuto não vai para o pulmão e alerta para outros órgãos. “As substâncias nocivas do charuto são absorvidas pela mucosa da boca e cavidade oral fazendo com que as mesmas possam atingir outras estruturas além dos pulmões”, sinaliza.
Além da relação do charuto com doenças cardiovasculares e cânceres, o produto pode ainda desencadear e agravar problemas respiratórios, como a pneumonia. Os mesmos riscos se aplicam ao uso de cigarros eletrônicos, de palha e convencionais, cachimbo, cigarrilha, tabaco, narguilé e rapé.
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