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Mito ou verdade: fumar charuto é menos prejudicial à saúde?

Médicos enumeram riscos do charuto e fazem relação do seu uso com o cigarro convencional. Conheça grau de agressividade do produto

atualizado

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Vladimir Godnik
Imagem colorida de caixa de charuto recheada de câncer
1 de 1 Imagem colorida de caixa de charuto recheada de câncer - Foto: Vladimir Godnik

Apesar de alguns vídeos na internet alegarem que o charuto seria uma opção mais saudável do que o cigarro convencional, o uso do produto — que nada mais é do que pedaços de tabaco envelhecido envoltos em folhas de tabaco — é muito prejudicial à saúde.

Segundo o cardiologista Thiago Germano, do Instituto do Coração de Taguatinga (ICTCor), no Distrito Federal, o charuto é tão nocivo quanto o cigarro convencional. “Tudo que contém nicotina é prejudicial à saúde, pois vai desencadear doenças e o vício. Além disso, o charuto não possui filtro, o que o torna até pior do que o fumo industrializado”, afirma.

A queima do fumo libera alcatrão, monóxido de carbono e amônia. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), no Brasil, 443 pessoas morrem a cada dia em consequência do tabagismo.

“Em termos de nicotina, fumar um charuto equivale a consumir 20 cigarros comuns. Diante do grau de agressividade, o que eu digo para os meus pacientes é que usufruir de qualquer fumo é como brincar de roleta russa: existe uma grande chance de dar errado. Um dos riscos da prática é aumentar a chance de infarto”, alerta Germano.

Assim como outros fumos, uma forma de identificar o vício em charuto é analisar fatores como:

  • Fumar logo ao acordar;
  • Ter sempre um cigarro consigo, seja na bolso, bolsa, mochila ou carro;
  • Fumar cada vez mais em períodos de tempo mais curtos;
  • Associar atividades diárias ao fumo, como tomar café e depois fumar;
  • Ver outras pessoas fumando e ter vontade de fumar também.
Vaper, cigarro eletrônico - Metrópoles
Assim como o cigarro eletrônico e o convencional, o charuto pode ser desencadear o vício

Charuto e as doenças

Algo que se observa na embalagem do charuto é o aviso da relação do produto com o câncer. “É comprovada a ligação dele com os tumores de cabeça e pescoço, e também de pulmão. Algumas pessoas dizem que a fumaça do produto não é tragável, mas é mentira. Mesmo que o consumidor não trague plenamente, parte do conteúdo vai sim para o pulmão”, afirma o oncologista Murilo Buso, do Centro de Câncer de Brasília (Cettro).

Foto colorida de homem vestido de preto fumando charuto
Apesar do que dizem, parte da fumaça do charuto vai sim para o pulmão

O oncologista Lucianno Santos, da Oncologia D’Or, dá ênfase no mito de que a fumaça do charuto não vai para o pulmão e alerta para outros órgãos. “As substâncias nocivas do charuto são absorvidas pela mucosa da boca e cavidade oral fazendo com que as mesmas possam atingir outras estruturas além dos pulmões”, sinaliza.

Além da relação do charuto com doenças cardiovasculares e cânceres, o produto pode ainda desencadear e agravar problemas respiratórios, como a pneumonia. Os mesmos riscos se aplicam ao uso de cigarros eletrônicos, de palha e convencionais, cachimbo, cigarrilha, tabaco, narguilé e rapé.

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