Fui vacinado contra Covid. Vou precisar de uma terceira dose para reforço?
Agência Nacional de Vigilância Sanitária divulgou, nesta sexta-feira (23/7), nota esclarecendo informações sobre o assunto
atualizado
Compartilhar notícia
A identificação de novos casos da variante Delta no Brasil e as informações preliminares de que esta cepa seria mais resistente à resposta imunológica produzida pelas vacinas contra Covid-19 atuais levantaram questionamentos sobre a necessidade de aplicação da terceira dose de imunizantes em pessoas que já foram vacinadas.
Nesta sexta-feira (23/7), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou um comunicado informando que, até o momento, não há necessidade de dose reforço para complementar os esquemas vacinais contra a Covid-19 que estão sendo administrados na população pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI).
“Baseados nos dados que conhecemos agora, não indicamos a terceira dose ou reforço para as vacinas autorizadas pela Anvisa. Isso não significa que a situação não possa mudar, ou seja, podemos precisar autorizar, por exemplo, para os idosos ou para pessoas com comorbidade, mas essa definição só poderá acontecer depois da avaliação dos dados gerados nos estudos científicos”, explica Meiruze Freitas, diretora da Anvisa.
O que justificaria a aplicação de uma dose de reforço?
As doses de reforço servem para aumentar a resposta de anticorpos do organismo de uma pessoa a um vírus, depois que o sistema imunológico do indivíduo já foi “preparado” pela vacinação inicial, como no caso da fórmula contra o tétano.
Doses adicionais também podem ajudar o corpo a combater diferentes variantes de um vírus, como o imunizante anual contra a gripe. O reforço pode ser necessário, ainda, se a evolução do vírus resultar em variantes preocupantes e que não sejam mais reconhecidas de forma eficiente pelo sistema imunológico do vacinado.
A variante Delta não justificaria a autorização para a aplicação de doses de reforço?
De acordo com a Anvisa, as informações atualmente disponíveis apontam que não. O comunicado afirma que, “até o momento, todas as vacinas autorizadas no país mantêm proteção contra doença grave e morte, conforme os dados publicados. Ainda não há dados ou estudos conclusivos que indiquem a necessidade de uma dose de reforço das vacinas autorizadas”.
A agência destaca, no entanto, que a recomendação pode mudar, caso surjam novas informações sobre o assunto. O órgão regulador já autorizou três estudos que mapeiam os resultados da imunização com a terceira dose, e acompanha as publicações internacionais e o cenário de evolução da pandemia, bem como os resultados de levantamentos obtidos no “mundo real” pela campanha contra a Covid-19.
Quais estudos sobre doses de reforços estão sendo realizados no Brasil?
A Pfizer/BioNTech está realizando um levantamento que pretende investigar os efeitos, a segurança e o benefício da aplicação extra de sua vacina. A terceira dose será administrada seis meses depois que os voluntários receberem as duas doses do imunizante no esquema original.
A AstraZeneca desenvolveu uma nova versão da fórmula que está em uso no Brasil, em busca de proteção contra a variante Beta do Sars-CoV-2, identificada inicialmente na África do Sul. Os voluntários receberão uma terceira dose deste imunizante.
O terceiro é um estudo clínico para avaliar a segurança, a eficácia e a imunogenicidade da terceira dose da versão original do fármaco da AstraZeneca, em participantes da pesquisa inicial que já receberam as duas doses do esquema vacinal.