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Frio e seca: saiba o que fazer para tratar doenças típicas do período

Sinusite, rinite e cálculo renal têm maior incidência durante o inverno. Especialistas dão dicas de prevenção e alívio dos sintomas

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Mulher espirrando
1 de 1 Mulher espirrando - Foto: Alto Astral

O anúncio da chegada de uma onda de frio polar ao Brasil nesta quarta-feira (28/7) disparou o alerta para o agravamento de doenças típicas do inverno. As baixas temperaturas e o clima cada vez mais seco, como é comum em Brasília (DF), são acompanhados de uma maior incidência de infecções respiratórias e alérgicas, tais como rinite, sinusite, laringite, asma, pneumonia e bronquite.

De acordo com Larissa Camargo, otorrinolaringologista do Hospital Santa Lúcia, isso ocorre porque, no período sem chuvas, há maior concentração de poeira e micro-organismos em suspensão no ar, o que irrita as vias respiratórias. O frio, por sua vez, atrapalha o sistema natural de filtragem do ar que temos no nariz.

“O nosso organismo é mais eficiente para se proteger quando a temperatura ao longo do dia não varia tanto. A porta de proteção são os microcílios presentes na cavidade nasal que funcionam na temperatura do corpo. Quando fica muito frio ou há mudanças bruscas de temperatura, eles não têm tanta eficiência nesse papel de filtragem, limpeza e umidificação do ar. Por isso as pessoas ficam mais doentes nesse período”, explica a médica.

A baixa umidade também afeta à saúde renal. Segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), os problemas renais costumam aumentar cerca de 20% em períodos de seca. Segundo Maria Letícia Cascelli, nefrologista e diretora da Clínica de Doenças Renais de Brasília (CDRB), o principal problema renal relacionado ao clima neste período é o cálculo renal, também conhecido como “pedra nos rins”.

“Tempo seco demais acelera a absorção do suor pelo ambiente e a baixa umidade do ar tende a ocasionar desidratação. Com isto, há diminuição do volume urinário e, consequentemente, maior permanência das partículas de cristais no sistema urinário, com diluição inadequada de componentes da urina, a qual torna-se saturada e cristaliza”, detalha a especialista.

Prevenção
No caso das doenças respiratórias e alergias, Larissa recomenda àqueles que sofrem de forma recorrente desses males que busquem orientação especializada para tratamentos preventivos.

Mas para aliviar alguns dos principais sintomas, tais como crises de espirro, tosse seca ou com secreção, dor de cabeça e irritação nos olhos, ela indica lubrificantes oculares, lavagem do nariz com soro nasal e maior ingestão de alimentos ricos em água, como as frutas, para melhorar a hidratação do organismo.

“Além disso, é importante realizar atividades físicas antes das 10h da manhã ou depois das 16h, manter a higiene da casa, trocar os lençóis e também usar álcool em gel, que impede o contágio pelo coronavírus e diminui a quantidade de germes em contato com as mucosas”, destaca a otorrinolaringologista. “É muito importante também a vacinação contra a gripe e Covid-19, que não impede o contágio com os vírus, mas evita o agravamento das doenças, diminuindo também a necessidade de internação”, reforça a médica.

Para a nefrologista, o mais recomendado para evitar o cálculo renal é a ingestão generosa de líquidos. “A quantidade ideal é aquela que leva à eliminação de aproximadamente dois litros de urina em 24h. Os cálculos renais também devem ter sua etiologia examinada para que haja orientação adequada ao paciente. De modo geral, para todos os pacientes com cálculos renais, recomenda-se limitada ingestão de sal, aumento da ingestão de frutas e vegetais, e também perda de peso”, instrui Maria Letícia.

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