“Foram dez anos de tentativas, mas consegui dar à luz meu filho”
A inglesa Jen Bickel e o marido Andrew realizaram o sonho de ter um filho juntos depois de dez abortos espontâneos
atualizado
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A história do casal Jen Bickel e Andrew é daquelas de filme. Eles se conheceram na época da escola, namoraram e se casaram, mas as dificuldades de construir uma família foram muitas. Depois de dez abortos espontâneos em dez anos – sendo seis concepções naturais e quatro vezes por fertilização in vitro – a inglesa finalmente conseguiu dar à luz ao seu primeiro filho, Bobi William Bickel – hoje com pouco mais de um mês.
A primeira gravidez foi em 2007, mas durou somente seis semanas. “Fiquei triste, mas não completamente devastada; afinal, o tempo contava a nosso favor”, relembra Jen em entrevista à BBC. Depois de um ano e meio, ela engravidou novamente e perdeu o feto de 11 semanas. Cerca de 20% de todas as gestações resultam em aborto espontâneo, que é a perda do bebê antes de 24 semanas de gravidez. Obesidade, fumo e a idade da mulher são fatores de risco, mas anomalias no desenvolvimento da criança são as principais responsáveis pelo aborto.
Depois de perder outro bebê em 2009, o casal optou por tentar a fertilização in vitro no ano seguinte. Exames mostravam que não havia nada especificamente errado com Jen e Andrew. Na primeira rodada, foram gerados 10 embriões, mas nenhum deles resultou em gravidez. Alguns meses depois, eles tentaram novamente e o resultado do teste de gravidez deu positivo, mas o feto não se desenvolveu.
“Nesta fase, estávamos desesperados. Sem saber como proceder, pagamos 2 mil libras para realizar exames em laboratórios particulares, fizemos acupuntura e compramos suplementos – mas nada ajudou”, relata Jen.
Em 2014, Jen teve duas gestações ectópicas, que é quando a gestação ocorre fora do útero, e por isso precisou retirar ambas as trompas de Falópio. Sendo assim, não poderia mais engravidar naturalmente. “Eu não queria sair da cama. Não queria ir trabalhar, tampouco ver gente. Era como se eu tivesse fracassado. Só consegui superar com o apoio do meu marido Andrew e da família”, conta a inglesa.
Para o casal, esse foi também o fim da linha para a fertilização in vitro. Não restavam embriões congelados, tampouco mais dinheiro para tratamentos. Foi aí que a clínica ofereceu à eles uma rodada grátis, pois foram eleitos pelas enfermeiras do local como o casal mais merecedor. Na ocasião, eles implantaram dois embriões e congelaram mais três.
Mesmo com tantas dificuldades, Jen e Andrew não desistiram. “Foram meses até que o revestimento do meu útero fosse considerado espesso o suficiente para uma nova tentativa. Mais uma vez, implantamos um embrião e, depois de uma espera agonizante de duas semanas, recebemos o resultado positivo do teste de gravidez”, relembra a mulher.
Depois de muitas tentativas, no entanto, eles estavam receosos em comemorar a notícia. Por isso, apesar dos enjoos matinais e da descoberta de que era um menino, o marido Andrew não quis comprar o enxoval do bebê até as últimas semanas antes da data prevista para o parto.
Aos 40 anos, Jen finalmente deu à luz ao filho depois de um parto complicado no qual os médicos optaram pela cesárea porque os batimentos do bebê estavam caindo e o cordão umbilical estava enrolado em volta do pescoço.
Atualmente, se dedicando à maternidade, Jen ainda pretende engravidar novamente a partir dos dois embriões congelados. “A luta para engravidar é incrivelmente difícil – fisicamente, mentalmente e emocionalmente. Andrew e eu nos apoiávamos mutuamente, mas aconselhamos as pessoas a procurar ajuda”, finaliza.
(Com informações da BBC Brasil)