Pesquisa: fogão a gás pode ser tão tóxico para a saúde quanto cigarro
Pesquisadores de Stanford mostram que o uso de fornos e fogões à gás pode emitir mais benzeno, substância cancerígena, que um cigarro
atualizado
Compartilhar notícia
Uma pesquisa realizada por químicos da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, descobriu que o uso de forno e fogão a gás pode elevar os níveis de gases potencialmente cancerígenos em ambientes fechados até mais do que a fumaça de cigarro.
Segundo o estudo, publicado em 15 de junho, apenas uma boca de fogão acesa em seu nível mais alto ou o fogão acima de 180º por mais de 20 minutos já emitem mais benzeno que um cigarro aceso em um ambiente doméstico e fechado.
De acordo com os pesquisadores, o gás é perigoso por aumentar o risco de desenvolvimento de leucemia e outros cânceres relacionados ao sistema sanguíneo.
O material foi publicado pela revista Environmental Science & Technology. As concentrações elevadas de benzeno, de acordo com o texto, permanecem no ar de uma casa por mais de seis horas depois do uso do forno e/ou do fogão.
Em 29% dos casos observados, o nível de benzeno ultrapassou os limites de segurança definidos nos Estados Unidos. As emissões de fogões a gás são até 50 vezes maiores do que as elétricas e de indução, aponta o estudo.
“Sabíamos que o benzeno se forma a partir das chamas e de ambientes de alta temperatura em refinarías de petróleo, por exemplo. Agora podemos obsevar a substância também se formando nas chamas dos fogões em nossas casas”, diz, ao site da universidade, o chefe do estudo, o professor de sustentabilidade Rob Jackson.
Como foi medido o gás?
O estudo foi feito observando os níveis de benzeno em 87 casas da Califórnia e do Colorado, nos Estados Unidos. Foram medidos os níveis nas cozinhas e nos quartos mais afastados do forno que as casas possuíam.
Segundo os pesquisadores, uma boa forma de evitar os riscos de contaminação em locais com fornos são à gás é manter a casa aberta enquanto se cozinha. “Uma boa ventilação ajuda a reduzir as concentrações de poluentes”, afirma Jackson. Porém, a maioria dos exaustores de cozinha se mostrou ineficaz na eliminação da exposição ao benzeno.
Segundo estudos anteriores também de Stanford, a presença dos fogões a gás aumentava o nível de metano nas casas, outra substância tóxica para o organismo. Em 2022, uma pesquisa apontou que ao menos 12% dos casos de crianças com asma nos Estados Unidos poderiam estar vinculados a fornos e aquecedores domésticos não-elétricos.
Receba notícias do Metrópoles no seu Telegram e fique por dentro de tudo! Basta acessar o canal: https://t.me/metropolesurgente.