Fiocruz recomenda aplicação em dose única de vacina contra Covid-19
Estratégia pretende garantir que mais pessoas sejam imunizadas no Brasil neste momento em que há poucos imunizantes disponíveis
atualizado
Compartilhar notícia
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) está orientando que a vacina contra a Covid-19 da Universidade de Oxford, em parceria com a AstraZeneca, seja administrada, ao menos num primeiro momento, em dose única – e não em duas aplicações, como postula o fabricante. A intenção é disponibilizar mais imunizantes, para vacinar um maior número de pessoas. O Ministério da Saúde, por outro lado, considera que a vacinação deve seguir o que preconiza a Oxford/AstraZeneca.
A aplicação em dose única foi sugerida pelo vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, Marco Krieger, em entrevista ao jornal GloboNews. “Nós já temos uma comprovação da eficácia de 73% por 120 dias a partir da primeira dose. Tratamos a segunda dose quase como um reforço”, declarou, na quinta-feira (21/1).
“Nossa recomendação, e é um programa que está sendo utilizado pela Inglaterra e pela maioria dos países, é realmente aproveitar essa característica da vacina e fazer uma vacinação mais rápida, para distribuir doses para mais pessoas num primeiro momento, para que a gente possa diminuir a carga viral populacional e, com isso, diminuir a transmissão da doença”, defendeu Krieger.
Na terça-feira (19/1), o Ministério da Saúde encaminhou ofício ao Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde (Conass) e ao Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasem), no qual alerta para a necessidade de que sejam obedecidas as diretrizes estabelecidas pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI).
O programa prevê ciclos de vacinação de acordo com os grupos prioritários, que são definidos em estudos populacionais. Segundo o ministério, todas as unidades de saúde do país devem cumprir o que rege o PNI, a fim de que o Brasil tenha doses suficientes para imunizar “com as duas doses, previstas neste primeiro ciclo” da campanha de vacinação.
Nesta sexta-feira (22/1) em nota, o ministério reiterou o posicionamento. “O PNI prevê que os cidadãos recebam inicialmente o quantitativo de doses preconizado por cada laboratório produtor”, informou a pasta. “É importante ressaltar que, conforme já divulgado, o plano é dinâmico e será adaptado – se necessário – à medida em que tivermos vacinas aprovadas e incorporadas ao Sistema Único de Saúde (SUS) – de forma a atender a população brasileira”, sustentou.
Ainda segundo o Ministério da Saúde, “a imunização levará em conta as especificidades técnicas de cada vacina – sempre de acordo com as bulas e respeitando as recomendações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)”.
Com o atraso na chegada de insumos vindos da China, a Fiocruz adiou de fevereiro para março a previsão de entrega das primeiras doses da Oxford/AstraZeneca que serão produzidas no Brasil.
A vacinação começou no Brasil no último domingo (17/1), após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária autorizar o uso emergencial das fórmulas Coronavac e Oxford/AstraZeneca.
Veja fotos da liberação dos carregamentos da Coronavac para os estados, realizada na segunda-feira (18/1):