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Fiocruz recebe material genético para apurar teste de coronavírus

O pesquisador Fernando Motta explicou que os fragmentos serão usados como “controle positivo”

atualizado

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CDC/Unsplash
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1 de 1 imagem de um coronavírus - Foto: CDC/Unsplash

A Fundação Oswaldo Cruz recebeu, nesta quinta-feira (30/01/2020) fragmentos do material genético do novo coronavírus que serão utilizados para aprimorar os protocolos de testagens realizados no Brasil. As amostras vieram de Berlim e foram trazidas pela Organização Pan Americana de Saúde (OPAS), que representa a Organização Mundial da Saúde no continente americano.

À frente dos testes realizados na fundação, o pesquisador Fernando Motta explicou que os fragmentos serão usados como “controle positivo”, uma forma de comprovar que o exames realizados tinham capacidade de detectar o vírus. Motta é tecnologista em saúde pública do Laboratório de Vírus Respiratórios e de Sarampo do Instituto Oswaldo Cruz e avalia que a Fiocruz tem condição de atender à demanda por testes nesse primeiro momento. O Brasil ainda não tem casos confirmados de coronavírus e, até ontem, investigava nove suspeitas.

Como laboratório de referência, a Fiocruz recebe uma amostra de todos esses casos suspeitos para garantir a qualidade dos testes. A fundação vinha realizando principalmente testes diferenciais, em que descartava o coronavírus a partir da testagem de outras viroses já conhecidas. Com a chegada do material trazido pela OPAS, será possível realizar testes específicos para coronavírus, o que deve acelerar o diagnóstico e dar mais precisão ao processo.

Pesquisadores do Instituto Adolfo Lutz, de São Paulo, e do Instituto Evandro Chagas, do Pará, também estiveram hoje na Fiocruz para conhecer os protocolos e preparar seus laboratórios para realizarem os testes em suas regiões. Como o treinamento começou hoje, a Fiocruz deve continuar a ser o laboratório de referência para todo o país. A partir do momento em que as amostras chegam na fundação, é possível concluir os testes entre 48 e 72 horas.

Motta explicou ainda que os protocolos adotados estão em constante mudança, porque o vírus infectou humanos apenas recentemente. “Uma das principais hipóteses é que veio de um hospedeiro animal e acabou de ser introduzido na população humana. Não sabemos, com 100% de certeza, todas as informações. O vírus pode sofrer algum tipo de alteração e esse protocolo pode precisar ser atualizado. Mas há uma rede mundial e esse compartilhamento está sendo feito”.

A Fiocruz também recebeu hoje uma visita técnica do secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo dos Reis, e do secretário Nacional de Vigilância em Saúde, Wanderson Oliveira. Segundo o chefe de gabinete da Presidência da Fiocruz, Valclair Rangel, foram apresentados os laboratórios e esclarecidas dúvidas em relação à recepção das amostras e à realização dos exames. “Saímos com um conjunto de acordos”, resumiu ele, que contou que o ministério deixou na Fiocruz um representante da Coordenação-Geral de Laboratórios.

Desde a última segunda-feira (27/01/2020), a Fiocruz criou uma Sala de Situação para monitorar informações sobre o novo coronavírus no estado do Rio de Janeiro. Participaram da primeira reunião secretarias municipais de saúde e a secretaria estadual, e a próxima reunião deve contar também com representantes de universidades e de conselhos profissionais.

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